O pedido de recuperação judicial da Light (LIGT3) foi aceito pela Justiça do Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira (15). O juiz Luiz Alberto Alves, da 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, deferiu o pedido. Com isso, este se torna o 8º maior processo de recuperação judicial da história do país.
Ficou determinado que a empresa siga cumprindo as obrigações operacionais para com a sociedade, cumprindo as metas de qualidade estabelecidas pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), sob pena de cassação da tutela concedida pela recuperação judicial.
De acordo com reportagem do G1, a defesa da Light na Justiça alegou que a crise da empresa se agravou nos últimos anos, decorrente dos altos índices de furtos de energia no Rio de Janeiro. Além disso, os investimentos feitos pela empresa para diminuir os furtos não obtiveram os resultados esperados.
Próximos Passos
A empresa Licks Contadores Associados foi nomeada pelo juiz para ser a Administradora Judicial para o processo da Light, tendo um prazo de 48 horas para a indicação dos profissionais que integrarão a equipe. Feito isso, o grupo reunido terá 30 dias para apresentar um relatório com as atividades da elétrica, de caráter econômico e financeiro.
O plano de recuperação judicial deve ser apresentado em até 60 dias da publicação da decisão da Justiça. Já o processo inteiro deve durar cerca de 180 dias.
Light (LIGT3): debenturistas vão brigar na Justiça após pedido de RJ
Na última sexta-feira (12), a Light (LIGT3) entrou com pedido de recuperação judicial, com uma dívida que supera os R$ 9 bilhões. Sendo assim, os debenturistas da companhia, do Rio de Janeiro, afirmaram que entrarão na Justiça o mais rápido possível para derrubar o pedido de recuperação judicial.
Nesse sentido, Cláudio Brandão Silveira, sócio-fundador da BeeCap, uma boutique financeira que representa debenturistas com cerca de R$ 5 bilhões em créditos da Light, destacou que, os argumentos legais são “muito fracos”, então há uma grande chance de o processo acabar não sendo aceito.
Lista das maiores recuperações judiciais
A maior recuperação judicial do País é a da Odebrecht, que iniciou o processo com dívidas de R$ 80 bilhões. A segunda maior é da Oi, recentemente finalizada, de R$ 65 bilhões. A terceira é a da Samarco, de R$ 55 bilhões. Veja a lista:
Odebrecht: R$ 80 bilhões
Oi: R$ 65 bilhões (encerrada em 2022)
Samarco: R$ 55 bilhões
Oi: R$ 43,7 bilhões (2º pedido)
Americanas: R$ 43 bilhões
Sete Brasil: R$ 19 bilhões
OGX: R$ 12,3 bilhões
OAS: R$ 11 bilhões
Grupo João Santos: R$ 11 bilhões
Light: R$ 11 bilhões