Light (LIGT3): pequenos credores serão pagos integralmente

Com essa medida, o grupo alcançaria 25 mil dos mais de 40 mil investidores que adquiriram títulos da dívida da empresa

A Light (LIGT3) busca um acordo com seus credores e vai propor o pagamento integral a quem tem a receber até R$ 10 mil do total da dívida da companhia, segundo informações do jornal “O Globo”. De acordo com a publicação, a medida consta do plano de recuperação judicial que o grupo entrega até o fim da noite desta sexta-feira (14) à Justiça.

Com essa medida, o grupo alcançaria 25 mil dos mais de 40 mil investidores que adquiriram títulos da dívida da empresa. São aqueles que detém fatias menos vultosas dessas emissões.

Com mais de R$ 11 bilhões em dívidas, a companhia entrou em recuperação judicial em maio. O processo de reestruturação financeira é ancorado na Light SA, controladora do grupo e que compartilha dos débitos de suas subsidiárias. Tanto a distribuidora Light Sesa — onde está a maior parte da dívida — quanto a geradora Light Energia, como concessionárias de serviços públicos em energia elétrica, estão impedidas de recorrerem ao regime.

Após divulgar prejuízo de R$ 5,67 bilhões em 2022, o Grupo Light encerrou o primeiro trimestre do ano com lucro de R$ 107,1 milhões, ante uma perda de R$ 106 milhões em igual período do ano passado. A dívida líquida, contudo, avançou de R$ 0,03 bilhões, em dezembro, para R$ 9,3 bilhões em março.

Administrador de RJ pede R$ 54,6 mi de honorários

A empresa nomeada como administradora judicial de recuperação judicial da Light, Liks Contadores Associados, cobrou R$ 54,6 milhões em honorários, cerca de 0,49% do endividamento total, que beira os R$ 12 bilhões. 

A Licks, empresa responsável pela administração judicial, atribuiu a proposta à complexidade da recuperação judicial, à capacidade de pagamento das empresas devedoras e aos preços praticados pelo mercado. A justificativa da empresa é fundamentada na necessidade de contar com uma equipe interdisciplinar, considerando os custos diretos e indiretos, o volume de trabalho e o tempo que serão dedicados à administração judicial.

A empresa vai fiscalizar um processo que envolve 12 credores. São eles: BY Mellon, Oliveira Trust, Simplifc, Vórtx, Pentagono, Virgo, Citibank, Bradesco, Santander, Banco Morgan, XP Investimentos e Itaú.