O empresário Nelson Tanure e o grupo de investidores que têm R$ 5 bilhões em títulos da Light (LIGT3) se reunirão na próxima semana para discutir alternativas para a companhia, que está em recuperação judicial. Tanure, que se tornou o principal acionista da empresa, busca se reaproximar dos credores, segundo informa o jornal “O Globo”.
Em abril, logo após a concessionária de energia pedir proteção contra credores, o empresário sinalizou que queria injetar R$ 1 bilhão na empresa e mudar o seu comando executivo.
De acordo com a publicação, depois de atingir uma participação de 22% na empresa, Tanure parece ter se alinhado com os outros principais acionistas da Light — , Ronaldo Cezar Coelho (20%) e Beto Sicupira (10%). Tanure votou com eles, por exemplo, pela aprovação da recuperação judicial da Light em assembleia de acionistas, na semana passada, e o CEO Octavio Pereira Lopes continua no cargo.
A impressão de observadores é que Tanure mantém um pé em cada balde e não quer queimar pontes com nenhum dos lados.
O encontro com Tanure não é o único movimento tentado pelos credores. Na quinta-feira, o grupo se reuniu com representantes da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para explicar sua visão sobre a empresa.
Nesta sexta-feira (16), as ações da Light fecharam com queda de 3,57%, sendo cotadas a R$ 7,03.
Light desiste de acordo com credores, diz jornal
Em recuperação judicial, o processo de reestruturação da Light enfrenta sérios obstáculos para progredir. A empresa desistiu do “acordo de confidencialidade” que havia proposto a credores que têm cerca de R$ 5 bilhões em debêntures da concessionária de energia. O documento viabilizaria negociações para pôr fim à relação belicosa entre as duas partes, mas a Light alegou que a postura dos credores é um obstáculo para o início das conversas. As informações são do jornal “O Globo”.
Segundo a publicação, o documento, conhecido como NDA (na sigla em inglês), havia sido enviado pela Laplace, assessoria financeira que representa a concessionária, à BeeCap, que fala em nome de fundos que detêm R$ 5 bilhões da dívida da distribuidora de energia. Representante do grupo que assessora os debenturistas afirma que o grupo estava disposto a assinar o documento, mas que a própria Laplace desistiu desse caminho logo no início das tratativas. A falta de entendimento entre as duas partes já havia sido noticiada pela imprensa no mês passado.
A Light já assinou um NDA praticamente idêntico com a Moelis, que representa fundos detentores da dívida da companhia emitida no exterior (“bonds”).