As companhias brasileiras de capital aberto estão retomando com seus lucros. Até o momento, os balanços divulgados representam a maior parte das empresas listadas em Bolsa e apontam um desempenho positivo no terceiro trimestre de 2021, em relação ao mesmo período em 2019, quando não havia pandemia da Covid.
Segundo levantamento da Economatica, o lucro líquido das 291 organizações com ações na Bolsa brasileira (B3) somou R$ 128,24 bilhões, correspondendo a um aumento de 125% em relação ao terceiro trimestre de 2020 e elevação de 139% em relação a 2019. A Petrobras e a Vale respondem a 40% do valor apresentado, beneficiadas pelo aumento nos preços das commodities.
Excluindo-as, o lucro líquido aumentou 78%, a R$ 763,89 bilhões, impulsionado pelos balanços de bancos, que tradicionalmente são mais lucrativos. As instituições computaram um lucro líquido no agregado de R$ 24,15 bilhões entre julho e setembro, superando em 38% o lucro registrado no mesmo período no ano passado.
Para o gerente de relacionamento institucional da Economatica, Einar Rivero, os dados apontam para um sólido desempenho das empresas de capital aberto. Ele também chama atenção para o endividamento e caixa das empresas. “Vemos que a dívida das companhias cresceu abaixo da inflação, considerando o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) nos últimos 12 meses, que está ultrapassando 10%”, diz Rivero, de acordo com o Estadão.
Mesmo com um cenário positivo, o Ibovespa acumula uma queda superior a 12% em 2021 e de quase 9% em um mês. O analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, afirma que as perdas de várias ações, mesmo com seus resultados, são reflexo de um temor em relação ao risco. “As empresas podem ter um resultado excelente e o papel não ter um desempenho equivalente, porque é uma questão de aversão ao risco. Este é o cenário no momento”, destacou.