Magazine Luiza: da falência às maiores cotações na bolsa

Conheça a historia da empresa que saiu da falência para as maiores altas da historia da bolsa.

Quem viu a primeira loja da Magazine Luiza, em 1974, no interior de São Paulo, no município de Franca, não imaginaria que a empresa atingiria uma explosão tão grande e se tornaria uma das maiores varejistas do país, com uma extensão de mais de mil lojas espalhadas por todo o território nacional e empregando mais de 30 mil funcionários.

Toda a história da companhia é marcada pelas estratégias da fundadora Luiza Trajano e de sua família. Um dos pontos fortes que fez a Magazine Luiza crescer em Franca foi justamente o bom atendimento feito pelos donos da empresa, especialmente por Luiza Trajano.

Luiza Trajano Donato, na época era uma balconista, juntamente com seu marido, José Donato, que se ocupava como caixeiro-viajante, compraram uma pequena loja de presentes na cidade no qual se chamava “A Cristaleira”. Não demorou muito para ser intitulada de Magazine Luiza.

A empreendedora supervisionava a expedição e realizava pesquisas de mercado, e com isso, fez o negócio se popularizar pela pequena cidade e aos poucos expandindo novas lojas que foram abertas na própria cidade de Franca, até atingir outros municípios como do interior paulista, como Igarapava e Barretos.

Luiza Trajano começou a criar estratégias que ajudariam a aumentar as vendas das lojas. A primeira delas, em 1993, foi a Liquidação Fantástica, onde a empresa vendia seus produtos com até 70% de desconto para aliviar estoques de fim de ano. A ideia foi tão original e eficiente que a estratégia foi copiada por diversas redes de departamentos. 

Em 2003 a companhia criou a começou a se aventurar no ambiente virtual, no qual começou a vender produtos por meio de terminais de multimídia, com os vendedores orientando os clientes. Também foi criada a assistente virtual, chamada de Lu da Magalu. Ideia extremamente visionária, na qual empresas só começaram a aderir recentemente. O avatar é uma assistente virtual de vendas criada para dar dicas e ajudar os usuários a como utilizar os produtos, principalmente os de Tecnologia.

Neste mesmo ano, Magazine Luiza foi considerada a melhor empresa para trabalhar no Brasil, sendo a primeira varejista do mundo a receber esse título do Instituto Great Place to Work.

A companhia permaneceu em ritmo de crescimento e em 2008 inaugurou mais 44 lojas de uma vez só em comemoração ao aniversário de 50 anos da varejista. Inicialmente, a ideia era inaugurar 50 lojas para igualar o número aos anos, mas 6 lojas se perderam em meio aos problemas burocráticos. 

Com 136 lojas, a Magalu chega ao nordeste com a aquisição da rede Lojas Maia, em 2010. Finalmente, no ano seguinte, a companhia se lança no mercado financeiro na bolsa de valores brasileira. A companhia vendeu 50,2 milhões de ações ordinárias, sendo 33,7 milhões em oferta primária e 16,5 milhões em oferta secundária.

Como não só de sucesso é preenchido o histórico da varejista, o pós-crise no ano de 2014 quase levou a empresa ao declínio. Suas ações, que patinavam desde o IPO e não passavam de R$ 2, caíram para centavos. O mercado havia avaliado que a empresa enfrentava um risco de falência e, com isso, investidores se desfizeram dos papéis como quem coloca o colete salva-vidas para se jogar ao mar e não afundar junto ao barco.

Entretanto, o cenário de naufrágio previsto pelos especialistas não se concretizou e as parcerias da varejista com a Cardif e o Itaú garantiram a solidez da companhia. Desde o tremor de 2014, a empresa viu sua ação subir em mais de 200%.

Neste cenário, a Magazine Luiza se encontrava com apenas R$ 10 mil investidores na ação MGLU3. Hoje, este número aumentou exponencialmente, com aproximadamente R$ 3 milhões de acionistas. O valor de mercado que antes era na casa dos R$ 180 milhões saltou para R$ 145,7 bilhões.

Proprietária das marcas Netshoes, Softbox e Integra, a receita líquida da varejista também cresceu dois dígitos, avançou 57,6%, para R$ 10,06 bilhões, com a melhora nas vendas on-line e o aumento do faturamento com serviços. A receita bruta teve aumento de 58,4%, a R$ 12,46 bilhões.

 

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