
O Magazine Luiza (MGLU3) divulgou nesta sexta-feira (14) seus resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24). A companhia registrou um lucro líquido de R$ 294,8 milhões no período, número que representa crescimento de 38,9% em relação ao mesmo período de 2023.
Já o lucro ajustado alcançou R$ 139,2 milhões, com alta de 37,1% na comparação anual. Além disso, no acumulado de 2024, a empresa reverteu o prejuízo do ano anterior, encerrando com um lucro de R$ 448,7 milhões.
Segundo análise de Felipe Sant’Anna especialista em investimentos do grupo Axia Investing, os números são um alívio para os sofridos investidores que viram o papel derreter desde a pandemia.
Entretanto, as perspectivas para a varejista continuam ruim. “Houve uma mudança em vários pontos da empresa, se voltando mais para o digital, o que trouxe uma melhora no posicionamento da varejista. Contudo, com o cenário de juros altos no Brasil, ainda é cedo para comemorar”, disse Sant’Anna.
Investimentos digitais impulsionam resultados do Magazine Luiza
A diretora de Relações com Investidores, Vanessa Rossini, destacou o papel da digitalização e dos investimentos em multicanalidade para os resultados: “O processo de consolidação do ecossistema permitiu avanços mesmo em um cenário desafiador de juros altos”.
O Ebitda do Magalu também cresceu. No 4T24, alcançou R$ 842,4 milhões, um aumento de 53,6% na base anual. No acumulado do ano, o indicador teve alta de 232,6%, totalizando R$ 2,895 bilhões.
Balde de água fria nos investidores
A receita líquida do Magazine Luiza no 4TRI também veio positiva, em R$ 10,787 bilhões, um crescimento de 2,3% na comparação anual. No acumulado de 2024, o indicador cresceu 3,5%, alcançando R$ 38 bilhões.
Apesar da melhora no desempenho operacional, o O JP Morgan avaliou que o crescimento futuro da receita do Magazine Luiza pode ser mais contido. A previsão reflete os desafios estruturais do setor e o impacto da Selic elevada, que afeta o acesso ao crédito e o consumo de bens duráveis.
“O balde de água fria veio com o JP Morgan, que aponta dificuldades nas receitas futuras, prevendo um crescimento da empresa menor nos próximos anos. Eu não vejo o varejo brasileiro como oportunidade hoje, sobretudo em meio a uma guerra comercial e Selic ainda tem tendência de alta”, finaliza o especialista em investimentos do grupo Axia Investing.