A rede de atacado Makro decidiu vender todos os seus pontos comerciais em São Paulo. Com isso, o grupo holandes SHV, dono da cadeia, deve deixar o mercado de atacado no Brasil. As informações são do jornal “Valor Econômico”.
A empresa está pedindo uma quantia próxima de R$3 bilhões pelas 24 lojas, o equivalente a todo faturamento anual. De acordo com fontes ouvidas pelo “Valor Economico”, o preço pedido pela Makro é considerado “fora do razoável”.
A companhia é uma das mais tradicionais do setor de atacado no Brasil e está no País desde os anos 70. A Makro já havia vendido 28 lojas para o Carrefour por R$1,95 bilhão, no começo de 2020. A operação no estado paulista tinha sido mantida.
A empresa tem 24 imóveis à venda e tem o Santander como intermediador. O prazo para as redes apresentarem propostas termina nesta semana, mas até agora nenhum interesse formal foi sinalizado. Segundo o “Valor Econômico”, os terrenos foram oferecidos a diversas empresas como a Atacadão, Assaí, Fort Atacadista (Grupo Pereira) e Grupo Muffato.
Segundo cálculos do mercado, o valor pedido pela Makro equivale a um preço médio de R$ 120 milhões por loja, quase o dobro dos investimentos na construção de uma loja nova média (R$ 40 milhões a R$ 50 milhões), sem incluir a compra do terreno.
A companhia considerou a posição estratégica da localização de suas lojas para chegar no montante pedido. A Makro tem estabelecimentos em regiões como São Paulo, São José dos Campos, Araraquara e Ribeirão Preto.
Makro: Atacadão não pretende comprar os imóveis
Segundo apurações do jornal “ Valor Econômico”, o Atacadão não pretende comprar as lojas da Makro. A empresa chegou a avaliar o negócio, mas acabou de se envolver em uma transação de grande porte.
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Em meio a venda das lojas da Makro, as grandes redes de supermercados do Brasil estão mudando suas estratégias para crescer num cenário de retomada lenta da economia, após as crises que atingiram o país nos últimos 10 anos, incluindo a provocada pela Covid-19.
Entre as apostas para expansão estão os atacarejos e os mercados de bairros, exemplo disso foi a venda de 71 pontos comerciais do Extra Hiper para o Assaí. E a entrada do Carrefour Brasil no segmento, ao comprar 30 lojas da rede Makro no Brasil em 2020 por R$ 1,95 bilhão.