Negócios

Maquira se consolida no setor odonto com compra da Criteria

Expectativa é que a Maquira chegue a uma receita de R$ 500 milhões dentro de cinco anos

A paranaense Maquira, uma das maiores empresas de materiais odontológicos do país, anunciou a compra da Criteria, líder em biomateriais na América Latina. O valor da transação não foi revelado, mas a adquirida deve adicionar cerca de R$ 40 milhões ao faturamento anual do do grupo, que deve registrar receita superior a R$ 150 milhões neste ano. As informações são do “Valor”.

Esta é a quinta aquisição do grupo desde que a Concept entrou como investidora, em 2016. Outras adquiridas incluem a Hemospon, também de biomateriais; MakerTech, de impressão 3D; Dente Forte, de silicones e resinas; e a BM4, marca de clareamento dental. Quando iniciou o projeto de expansão inorgânica e consolidação, o faturamento ainda girava em torno de R$ 15 milhões — hoje dez vezes maior.

“Existe muita oportunidade na área dentária, entre consumo, implante e equipamentos, tem muita ciosa para lançar organicamente, com nosso P&D, enquanto crescemos inorganicamente também. Cabe uma empresa de R$ 1 bilhão na América Latina, tem mercado pra isso”, diz o fundador e CEO da Maquira, Antonio Leme Jr. “Estamos em busca de produtos e canais complementares, além de bons empreendedores para compor o grupo”, emenda Rafael Gonçalez, sócio-fundador da Concept.

Por enquanto, a expectativa é que a Maquira chegue a uma receita de R$ 500 milhões dentro de cinco anos. Com a mais recente aquisição, a margem Ebitda também deve melhorar para 35% — a Criteria deve adicionar dois dígitos em pontos percentuais, estimam. Os fundadores da adquirida, os irmãos André e Felipe Braga, se tornam sócios da Maquira com a conclusão do negócio.

BTG (BPAC11): planos de saúde subiram até 5 vezes mais que inflação

O BTG Pactual (BPAC11) divulgou no início do ano que empresas de planos de saúde reajustaram em quase 26% seus preços em 2023, para uma inflação medida pelo IPCA de estimados 4,72% para o ano.

No caso da SulAmérica (SULA11), o aumento foi de 25,8%. No Bradesco, ficou em 22,6% e na Amil, em 21,6%. Na média, os convênios médicos ficaram 15% mais caros.

Índices gerais de preços como o IPCA, que mede a inflação oficial do Brasil, têm pouca aplicação nos diversos segmentos desse setor. Os reajustes dos planos de saúde individuais e familiares, por exemplo, são fixados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Para 2023, esse aumento foi limitado a 9,63%.

Os aumentos de até 26%, por sua vez, foram aplicados a planos por adesão e corporativos, nos quais as negociações são feitas diretamente entre as operadoras e as empresas contratantes. Houve, contudo, casos de elevações menores, como na Unimed Nacional, de 13,5%.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) afirma que os reajustes refletem a variação das despesas com assistência, afetada pela inflação da saúde, que não segue o mesmo ritmo dos demais setores. Além disso, alega a FenaSaúde, também pesam sobre os preços do segmento itens como a “obrigatoriedade da oferta de tratamentos cada vez mais caros, com doses, em alguns casos, a cifras milionárias, a ocorrência de fraudes e a judicialização do setor” (quando os usuários recorrem à Justiça para garantir o tratamento de uma doença).