Dando continuidade ao processo de reestruturação financeira, a Marisa (AMAR3) deve fechar suas duas lojas na cidade de Feira de Santana, no interior da Bahia, ainda em junho.
Em nota enviada ao BP Money, a companhia informou que a loja localizada no Boulevard Shopping deixará de operar na próxima quinta-feira (15). O site local Acorda Cidade publicou que os funcionários de outro estabelecimento da empresa, localizado na Avenida Senhor dos Passos, no Centro, estariam cumprindo aviso prévio.
No comunicado, a Marisa confirmou que em seu Programa de Eficiência Operacional há a previsão de fechamento de cerca de 90 lojas que apresentam geração sistemática de caixa negativo. Com este ajuste, a companhia estima aumento de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 62 milhões em base anual recorrente. Deste total, 57 unidades já tiveram suas operações encerradas até a presente data.
Marisa deve R$ 13,8 mi para PMEs e já negocia acordos
A Marisa, em meio a uma crise financeira, possui uma dívida de R$ 13,8 milhões com PMEs (pequenas e médias empresas). Conforme relatado pelo jornal O Estado de São Paulo, na terça-feira (23), a maioria desses débitos é com fornecedores de artigos de moda e acessórios. A varejista afirma ter renegociado seus débitos com 90% dos credores.
De acordo com informações, além da crise, a Marisa enfrenta um aumento significativo nos protestos por inadimplência, com 511 protocolados somente este ano. Esse número é 14 vezes maior do que o registrado nos últimos cinco anos.
Segundo o advogado Renato Leopoldo e Silva, do escritório DSA Advogados, quando a dívida líquida ultrapassa 40 salários mínimos, o credor tem o direito de solicitar a falência da empresa por meio do sistema judicial. No caso de valores menores, a alternativa é realizar um protesto.
Recentemente, alguns credores da Marisa solicitaram à Justiça a falência da empresa. Durante a apresentação dos números do primeiro trimestre de 2023, o atual CEO da varejista de moda, João Pinheiro Nogueira Batista, destacou o alto índice de renegociação, afirmando: “Não negamos nossas dívidas, reconhecemos”.
A empresa afirmou à reportagem ter negociado acordos com 300 fornecedores estratégicos e 1 mil fornecedores indiretos desde o início do ano. A taxa de 90% citada anteriormente está associada a esses números. “Com os acordos formalizados, a companhia entrará com pedido de baixa de protestos em cada um dos cartórios acionados – trabalho intenso, já em curso pela área financeira”, reitera.