O empresário Rubens Menin, dono da construtora MRV (MRVE3), está em pé de guerra com a XP Investimentos (XPBR31), a qual acusa de retaliação. Segundo ele, a gestora encerrou prematuramente uma operação financeira corriqueira feita com o Banco Inter, do qual é sócio. As informações são da revista “Veja”.
O motivo que pode explicar o imbróglio envolve uma briga de bilhões pelo controle do futebol brasileiro. De um lado, o BTG Pactual (BPAC11), junto com o Codajáras Sports Capital, atraiu um investimento de R$ 4,75 bilhões do Mubadala Capital para a Liga do Futebol Brasileiro (Libra).
Por sua vez, a XP trouxe um investimento de R$ 4,85 bilhões de um consórcio da gestora brasileira Life Capital Partners (LCP) e do fundo americano Serengeti Asset Management, para a Liga Forte Futebol (LFF).
Menin é um dos empresários por trás da Galo Holding, empresa proprietária do Atlético Mineiro. Recentemente, o clube anunciou sua adesão à Libra.
Questionado sobre o tema, Menin foi enigmático: “Meu avô tinha uma padaria. Toda manhã ele acordava e buscava fazer o melhor pão. E sempre dizia: ‘Não sou eu que escolhe meu cliente. É o cliente que escolhe meu pão. Sempre tenho que cuidar do meu cliente, para ele não comprar em outra padaria’”.
LFF aprova acordo de R$ 2,3 bi com investidores; XP antecipará aporte
No final de junho, a XP intermediou as negociações entre a Liga Forte Futebol (LFF) com Life Capital Partners e a Serengeti Asset Management, que se comprometeram a aportar R$ 2,3 bilhões nos times do bloco. Desse montante, a XP garantiu a antecipação de R$ 500 milhões aos clubes.
A contrapartida é que os investidores receberão 20% das receitas comerciais do bloco pelos próximos 50 anos. O prazo começa a contar em 2025. O acordo prevê que a LFF comercializará em bloco os seus direitos de transmissão, seja qual for o cenário do Campeonato Brasileiro, se for Liga ou ainda organizado pela CBF.
Dos 26 clubes que integram a LFF, apenas Internacional, Náutico e Atlético-MG não assinaram. Eles ainda precisam completar trâmites internos para aderirem ao acordo.
Em suas redes sociais, o CEO da XP, Guilherme Benchimol, comemorou o acordo. “Finalmente, conseguimos reunir a maior parte dos clubes do futebol brasileiro para construir a Liga Forte do Futebol Brasileiro. Algo histórico e transformacional para o nosso futebol e nosso país. O objetivo agora é fazer do nosso principal esporte, o maior espetáculo do mundo”.