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Mercado Livre anuncia investimento de R$ 34 bi no Brasil em 2025

Mesmo incluindo algumas despesas operacionais, o valor é um recorde para o Mercado Livre no Brasil

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Mercado Livre / Foto: Divulgação

O Mercado Livre (MELI34) planeja investir R$ 34 bilhões este ano no Brasil, seu principal mercado, segundo Fernando Yunes, o vice-presidente sênior da empresa e líder das operações de marketplace da companhia no País, nesta segunda-feira (7).

Mesmo incluindo algumas despesas operacionais, o valor é um recorde para o Mercado Livre no Brasil, enquanto a companhia tem intensificado seus investimentos no Brasil nos últimos oito anos. 

A soma representa um avanço de 47,8% nos aportes em relação ao ano anterior e um aumento exponencial em relação a 2018, quando o Mercado Livre investiu R$ 1 bilhão no Brasil.

Em evento realizado nesta segunda-feira, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fernando afirmou ainda que a companhia espera criar cerca de 14 mil empregos no Brasil em 2025. Dessa forma, ela deve chegar a mais de 50 mil funcionários no país até o final do ano.

As operações no Brasil correspondem a mais de 50% das receitas do Mercado Livre. A empresa informou em comunicado que os recursos serão direcionados para logística e tecnologia em seus negócios de e-commerce e fintech, além de programas de fidelização, entretenimento, marketing e contratação.

Anteriormente, a empresa havia anunciado um investimento de US$ 3,4 bilhões em seu segundo maior mercado, o México.

Citi aponta preferência por Mercado Livre e Nubank na América Latina

Em análise sobre as companhias “pesos-pesados” da América Latina, o Citi anunciou que tem preferência pelas ações do Mercado Livre (MELI34) e do Nubank (RXO34). Os analistas do banco apontam que o Nubank tem uma base maior de clientes, mas o Meli está crescendo mais rápido.

Além disso, o banco norte-americano afirmou que, ao passo que o Nubank tem maior dependência por cartão de crédito, o Mercado Livre reage mais rápido a mudanças no cenário e tem um custo de funding aparentemente menor. 

O Citi avaliou também que, se a margem de lucro antes de impostos é maior no Nubank, a empresa de comércio argentina tem margens ajustadas ao risco que são melhores.

“Reiteramos nossa recomendação de ‘venda’ para Nubank e ‘compra’ para Mercado Livre. Ambas as visões se baseiam principalmente nas perspectivas de crescimento contrastantes para cada um, onde o Nubank parece desacelerar devido à potencial saturação de cartões de crédito, enquanto o Mercado Livre está em um estágio inicial”, consta em relatório do Citi.

Na visão do Citi, o Nubank é favorecido pelas métricas de qualidade de ativos, que tem menor formação de inadimplência e menos empréstimos nas categorias E-H do Banco Central (que são um termômetro para a inadimplência acima de 90 dias) no Brasil. 

“Vale ressaltar que o Meli parece alterar seu apetite ao risco muito rapidamente sempre que a qualidade dos ativos se deteriora, o que pode indicar uma curta duração em seu portfólio e/ou modelos de risco ágeis”, disse o banco.

Em paralelo a isso, no relatório consta ainda que, para operações consolidadas, tanto Nubank quanto Mercado Livre divulgam a margem financeira ajustada ao risco. 

A avaliação do Citi afirmou que a evolução dos volumes totais de pagamentos e a receita implícita para ambos. “O volume parece estar desacelerando moderadamente para o Nubank nos últimos trimestres, enquanto continua em um ritmo forte para o Meli”, salientou.