As ações do Mercado Livre (MELI34) tiveram seu preço-alvo rebaixado na avaliação do BTG Pactual (BPAC11), em relatório divulgado nesta segunda-feira (06). O banco estima que a ação encerre o ano cotada a US$ 1.230, contra estimativa anterior de US$ 1.530. Ainda assim, os analistas do BTG continuam otimistas com as ações e mantém a recomendação de compra, afirmando que “a empresa já é lucrativa, ao contrário de muitas das ações de crescimento que estão sendo vendidas ultimamente”.
O reajuste de estimativas foi feito com base no cenário macroeconômico, que não está favorável para as ações de tecnologia. Os papéis, antes muito requisitados pelos agentes financeiros durante a pandemia, agora sofrem com um cenário de alta global da inflação e crescimento na taxa de juros, em meio à guerra na Ucrânia e ao ressurgimento da covid-19 na China.
Os analistas do banco ainda afirmam que o negócio de fintech do Mercado Livre está mal precificado. Ainda assim, é provável que o preço das ações permaneça volátil com uma potencial recessão global (e inflação) se aproximando. As ações da maior fintech da América Latina caem cerca de 40% no acumulado do ano, mesmo após o balanço positivo do primeiro trimestre.
A empresa é uma das principais apostas do BTG para o setor. O novo preço-alvo, apesar de ser mais baixo que o anterior, ainda representa um potencial de valorização (upside) de 56%.
A avaliação do BTG chega num momento de balanço positivo do Mercado Livre no primeiro trimestre. A empresa de comércio eletrônico registrou 180 novas marcas, a grande maioria no formato de lojas oficiais.O montante dos três meses representou quase a totalidade registrada em todo o ano de 2020, quando 200 lojas passaram a integrar a plataforma e aproximadamente metade das novas unidades do ano passado, com 370.
A empresa possui cerca de cerca de 1.700 marcas com lojas oficiais, de acordo com o próprio Mercado Livre.