O Mercado Pago passará a oferecer crédito pré-aprovado como benefício corporativo para as empresas e aos funcionários associados ao programa, segundo informou o “Valor” nesta segunda-feira (1). O programa, que foi lançado no início do ano após a empresa receber um novo aporte do Goldman Sachs, permite o recebimento dos vales alimentação, refeição e combustível em um mesmo cartão, atrelado a uma conta digital.
Cartão de crédito e empréstimo pessoal, ambos com valores pré-aprovados que vão de R$ 500 a R$ 8 mil, também serão ofertados aos colaboradores. Mesmo com a pré-aprovação dos valores, as solicitações estão sujeitas a análise, e os limites liberados vão subindo conforme aumenta o relacionamento com o cliente.
As taxas cobradas não foram informadas, porém o Mercado Pago diz que elas “são próximas às aplicadas em outras operações”. O prazo de pagamento dos empréstimos será de até 12 meses para a pessoa física e de até 24 meses para a jurídica.
Para Ignacio Estivariz, chefe de conta digital do Mercado Pago, um dos diferenciais do formato proposto é a possibilidade de a pessoa concentrar diversos produtos em um só ambiente. O funcionário pode ter acesso ao cartão de débito, crédito e aos benefícios por meio do cartão Mercado Pago Visa, e os saldos são controlados no mesmo aplicativo.
“Mercado Pago Benefícios” auxilia os empregadores, possibilitando a redução de custos de cadastrar colaboradores em empresas de benefícios conveniadas e ainda oferecer um serviço mais flexível aos funcionários, segundo a companhia. Além de que os valores descontados são menores que os praticados por outras ofertantes de benefícios, afirma Estivariz.
O Mercado Pago não informou o número de adesões até o momento e nem uma meta para o programa, porém diz que “Estamos ainda na etapa de lançamento do produto, mas já são observados casos interessantes. Havia uma empresa de Manaus, por exemplo, que pagava os seus vales em cupons de papel, que só eram aceitos em lojas específicas”.
Mercado Pago como um banco completo
O banco digital recebeu uma nova linha de financiamento privado de US$ 233 milhões do Goldman Sachs em julho. Parte desse valor foi destinado para a ampliação da capacidade de crédito para pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PME) no Brasil, outra parte ficou com o México.
“De certa forma, não há parcelas longas nas linhas que oferecemos, são de prazos curtos. Temos sempre que ir com muito cuidado, mas estamos com uma carteira saudável.” acrescenta Estivariz.
O Mercado Pago planejava encorpar a oferta de empréstimos e de produtos de investimentos e se tornar “um banco completo”, segundo Tulio Oliveira, vice-presidente da companhia, em entrevista ao Valor.