O Grupo Casas Bahia (BHIA3) disse nesta terça-feira (1) que recebeu um pedido de convocação da assembleia de acionistas por Michael Klein, da família fundadora da empresa. A reunião tem como plano de fundo o pedido do empresário a destituição dos membros do conselho de administração da empresa, incluindo seu presidente, Renato Carvalho do Nascimento.
Klein e acionistas vinculados a ele tem 9,49% de participação nas casas Bahia. O empresário também quer a saída de Rogério Calderón Peres do cargo de conselheiro independente. Como alternativa, o executivo levanta uma eleição para ele mesmo e Luiz Carlos Nannini ocuparem as posições vagas.
A empresa afirmo que está analisando o requerimento e uma vez cumprido os requisitos aplicáveis, convocará assembleia geral em prazo útil.
Rafael Ferri investe R$ 20 Milhões na Casas Bahia (BHIA3)
Enquanto analistas recomendam a venda das ações da Casas Bahia (BHIA3), o investidor Rafael Ferri, fundador da GTF Capital, adotou uma abordagem diferente.
Ele adquiriu aproximadamente R$20 milhões em ações da varejista, atingindo uma participação de 5,11% em 11 de março.
Ferri explica escolha pela Casas Bahia
A decisão de Ferri contrasta com a cautela de grandes corretoras e bancos.
Enquanto Genial Investimentos e BB Investimentos recomendam a venda dos papéis, BTG Pactual e XP Investimentos mantêm uma posição neutra.
O motivo da preocupação? A companhia registrou um prejuízo de R$452 milhões no quarto trimestre de 2024 e acumulou R$1,045 bilhão em perdas ao longo do ano.
No entanto, as ações da Casas Bahia tiveram um crescimento expressivo em março, acumulando alta de 289,06%.
Para Ferri, esse movimento reflete a expectativa de queda da taxa Selic, o que poderia beneficiar o setor de varejo.
O investidor acredita que o Banco Central pode iniciar um novo ciclo de redução de juros ainda em 2025, dependendo da economia dos Estados Unidos.
Ferri e a estratégia de recuperação da Casas Bahia
Para Rafael Ferri, a Casas Bahia retomou a estratégia de seu fundador, Samuel Klein, focando novamente no crediário como diferencial competitivo.
Além disso, a empresa reestruturou sua dívida e pode converter parte dela em ações junto ao Bradesco, um de seus principais credores.
Para o investidor, a companhia está avaliada de forma subestimada.
Ele estima que a empresa deveria valer entre R$3 bilhões e R$4 bilhões, muito acima dos atuais R$760 milhões. “É um ativo estressado, mas tem muito valor dentro. Como ninguém quer, eu virei sócio”, explicou Ferri ao E-Investidor.