Após ter o pedido de aquisição da Activision Blizzard vetada pela CMA (Autoridade de Concorrência e Mercados, sigla em inglês) do Reino Unido, a Microsoft (MSFT34) obteve uma importante vitória nesta segunda-feira (15).
A entidade antitruste da União Europeia (UE) aprovou a transação envolvendo as duas gigantes da tecnologia por US$ 75 bilhões. A divergência entre a Comissão Europeia e a Autoridade de Mercados e Concorrência do Reino Unido (CMA, na sigla em inglês) traz mais importância sobre a decisão que a Justiça dos Estados Unidos vai tomar sobre o caso nos próximos meses.As informações são do jornal “Valor Econômico”.
A aprovação por parte da Comissão Europeia não deve influenciar uma nova decisão da CMA em recurso e a Microsoft ainda enfrenta chances razoavelmente pequenas de reverter a deliberação inicial no país.
Advogados especializados em direito antitruste afirmam que a diferença de opiniões pode ajudar a Microsoft a caracterizar a opinião da CMA como divergente e fora do comum na defesa do caso nos EUA e em outros mercados.
Nos Estados Unidos, a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) entrou com uma ação para tentar bloquear a operação, anunciada originalmente no início de 2022, de ir adiante.
Outros mercados importantes, como Austrália e Nova Zelândia, que ainda não tomaram decisão regulatória sobre a operação, não se baseiam nas opiniões de outros mercados, mas olham para elas informalmente, afirmam advogados.
Compra da Activision foi bloqueada em abril
No final de abril, a Microsoft teve seu pedido de aquisição da Activision vetada pela do Reino Unido. O negócio de US$ 69 bilhões seria o maior negócio da história do setor de games.
A autoridade declarou que suas preocupações sobre concorrência não podem ser resolvidas por remédios, como a venda de títulos da Activision, como a grande franquia “Call Of Dutty” ou outras respostas envolvendo promessas de permitir que rivais ofereçam o jogo em suas plataformas, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira (26). A Microsoft informa que pretende recorrer da decisão.
A CMA considerou que a fusão poderia resultar em preços mais altos, menos opções e menos inovação para os jogadores do Reino Unido. No entanto, no início deste mês, estreou seu escopo original para se concentrar em jogos em nuvem em vez de consoles, depois de avaliar novas evidências.
“A Microsoft já desfruta de uma posição poderosa e de vantagem sobre outros concorrentes em jogos em nuvem e este acordo fortaleceria essa vantagem, dando-lhe a capacidade de minar concorrentes novos e inovadores”, disse Martin Coleman, presidente do painel independente de especialistas que conduz o processo.
A Microsoft já travava a batalha contra o CMA no Reino Unido e na Europa com road show de conferências de imprensa em Bruxelas e diversos anúncios que ocupavam páginas de jornais britânicos, a fim de tentar influenciar o sentimento sobre o negócio. “Continuamos totalmente comprometidos com esta aquisição e apelaremos”, disse Brad Smith, vice-presidente do Conselho e CEO da Microsoft.