A Monte Bravo Corretora de Títulos e Valores Mobiliários (CTVM) passou pela última prova regulatória para iniciar as atividades da corretora. O BC (Banco Central) aprovou o aumento de capital que colocou a XP na sociedade, com 45% do negócio.
Como a nova corretora é um PM (participante de negociação) perante a B3, chamado de corretora “light” no mercado de distribuição de investimentos, os serviços de liquidação e custódia seguem com a XP, uma casa “full”, ou participante de negociação pleno (PNP).
Isso significa que a Monte Bravo permanece na frente de relacionamento com os investidores, enquanto a execução das ordens continua sendo feita pela XP.
Pier Mattei, sócio-fundador e coexecutivo-chefe (CEO) da Monte Bravo, disse ao Valor Econômico que, apesar de manter o cordão umbilical amarrado à plataforma, esse “é um primeiro passo para sair do modelo de assessoria de investimentos, se tornar uma instituição financeira e explorar todas as possibilidades que este outro desenho oferece”.
Demorou um pouco mais do que o executivo esperava, já que o plano era começar 2024 operacional. Por outro lado, a demora foi benéfica “para calibrar a comunicação com o cliente, dar visibilidade ao passo a passo de como tudo vai funcionar”. A base de investidores já deu o aceite para o novo formato.
O sinal verde do regulador ocorre após um primeiro trimestre de recuperação da captação, com ingressos de R$ 4 bilhões no período, diz Filipe Portella, também fundador e coCEO da Monte Bravo ao Valor.
A Monte Bravo recebeu o aval do BC para se tornar uma corretora em fevereiro de 2023. Na virada de chave de uma assessoria de investimentos para a estrutura de instituição financeira são R$ 40 bilhões em ativos, de 30 mil clientes, com um time de 550 colaboradores, que agora vão passar a ter vínculo trabalhista.