A MRV (MRVE3), de Rubens Menin, anunciou na última sexta-feira (7) a suspensão dos planos de capitalização da Resia nos EUA. O motivo, segundo a empresa, seria o cenário macroeconômico atual no país norte-americano, que presencia sucessivas altas de juros, o que impacta negativamente o mercado de capitais.
Ainda assim, projeta-se que a expansão da subsidiária apenas seguirá de forma mais lenta e que a Resia continuará ganhando representatividade nos resultados da MRV. Segundo analistas do Credit Suisse, do lado positivo, a atual migração da demanda própria para aluguel nos EUA pode continuar levando a taxa de capitalização [retorno a partir do investimento] das transações de 5 a 6%.
A Resia (antiga AHS) foi adquirida pela MRV em 2020. A empresa constrói e vende prédios residenciais para locação nos Estados Unidos. No último trimestre, a subsidiária segurou o resultado da MRV, uma vez que o lucro da unidade de negócio foi de R$ 229,4 milhões no período, enquanto a operação da incorporadora no Brasil registrou um prejuízo de R$ 200 milhões.
Para 2022-2024, a MRV estima que a Resia alcance um lucro líquido acumulado de US$ 273 milhões. Já entre 2028 e 2030, a subsidiária deve alcançar, no acumulado, US$ 2,8 bilhões, segundo cálculos da companhia.
“O mercado provavelmente reagirá negativamente, mas isso não muda nossa visão de que a MRV está bem posicionada para recuperar seu core business no segmento de baixa renda do Brasil”, avaliaram os analistas do Credit Suisse através de relatório.
Dessa forma, os analistas do banco suíço permanecem positivos que a MRV continuará com a recuperação de suas operações e entregará números decentes de ROE [retorno sobre capital investido]. Portanto, o Credit Suisse permaneceu com recomendação outperform, o equivalente à compra. O preço-alvo das ações foi a R$ 15.
No dia do anúncio, as ações da MRV (MRVE3) chegaram a recuar mais de 7%. Nesta segunda-feira, as ações da incorporadora caíam 3,16%, por volta das 12h30 (de Brasília), a R$ 11,33.