Potenciais parceiros incluem estrangeiros

Mubadala troca Mataripe por biorrefinaria de US$ 3 bi na Bahia

A gestora teria desistido de Mataripe por "concorrência desleal" com Petrobras

Foto: Andre Valentim / Agência Petrobras
Foto: Andre Valentim / Agência Petrobras

Com a saída de Mataripe dos planos, o Mubadala Capital está voltando suas atenções para o projeto da biorrefinaria na Bahia, onde pretende ser o principal acionista, mas não o único. As informações foram divulgadas pelo Valor Econômico nesta quinta-feira (29).potenciais parceiros, incluindo estrangeiros.

A gestora já iniciou negociações com potenciais parceiros, incluindo estrangeiros, para desenvolver o projeto, que usará a macaúba, uma planta típica do Cerrado brasileiro, como matéria-prima. 

Fontes próximas ao projeto indicam que a pedra fundamental da biorrefinaria deve ser lançada até o final do ano. Além disso, o Mubadala já começou a construir um centro de tecnologia e inovação em Montes Claros (MG) e está adquirindo terras em diversas regiões do Brasil, incluindo Minas Gerais e Bahia. 

Para financiar o centro, a Acelen Renováveis, divisão de energia verde do Mubadala, garantiu um financiamento de R$ 250 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ainda segundo o Valor, o BNDES foi procurado, mas não respondeu até o fechamento desta edição.

Mubadala teria desistido de Mataripe por “concorrência desleal” com Petrobras

Simultaneamente, a empresa está em negociação com a Petrobras (PETR4) para se desvincular completamente da refinaria de Mataripe, atualmente operada pela Acelen, segundo fontes. 

O Mubadala Capital, conforme indicado, não entra em projetos onde não possa ser o acionista majoritário, o que seria o caso da refinaria. Quando questionados, Mubadala Capital, Acelen e Petrobras (PETR4) optaram por não comentar.

A decisão de desistir de Mataripe, de acordo com as fontes, foi influenciada pela percepção do Mubadala de uma mudança na abertura do mercado de refino e a reversão da Petrobras em relação à venda das oito refinarias previstas no plano de desinvestimento, que estava em andamento até o início de 2023. 

Fontes familiarizadas com o setor indicam que esse cenário criaria uma “concorrência desleal” entre a Petrobras e as refinarias privadas.

A revisão, em maio, das bases do termo de compromisso firmado em 2016 entre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Petrobras no segmento de refino acelerou a saída do Mubadala de Mataripe, uma vez que a estatal foi liberada para recomprar até 100% de participação no empreendimento.

Com isso, o Mubadala decidiu se concentrar no projeto de biorrefinaria, onde planeja ter uma participação superior a 50%. Inicialmente, as negociações entre Mubadala e Petrobras previam que a estatal teria 80% de participação em Mataripe, enquanto a Acelen ficaria com os 20% restantes. Agora, a gestora dos Emirados Árabes optou por abandonar o negócio.

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