A Americanas (AMER3) tem planos para expandir seus horizontes. Para isso, a empresa conta com os insights de Alexandre Messina, fundador da startup de logística Pedala, criada em 2015 e incorporada a Americanas no final de 2019. Com áreas de inovação e corporate venture capital (CVC), a ideia da varejista é, a cada 45 dias, levar três startups para analisar se faz sentido, ou não, conectar a startup com a companhia, de acordo com Messina, durante palestra no Bossa Summit, realizado nesta quinta-feira (7).
“A gente procura startups que tenham sinergia com a Americanas. Queremos encontrar, investir e acelerar as startups mais legais do mundo”, disse Messina.
Em 2021, a Americanas conectou mais de 30 startups à sua marca. Um dos maiores responsáveis por este número foi Messina. Isso porque, após entrar para a Americanas, com a venda de sua startup, Messina apresentou a ideia de melhorar a área de inovação da empresa, buscando negócios disruptivos.
“Quando fui ver tinham poucas iniciativas da Americanas com startups. Montei um pitch de como deveria ser uma área de corporate venture capital e comecei a bater na porta do pessoal. Apresentei para a diretoria o projeto e comecei a criar a área de inovação aberta dentro da Americanas, com o objetivo de acelerar e incorporar as startups junto a Americanas”, explicou Messina.
O fundo de corporate venture capital da Americanas foi anunciado na última sexta-feira (1) e tem como objetivo investir em 20 pequenas empresas até o final de 2022. A ideia do fundo surgiu após Messina passar algum tempo sob o comando da Ame Flash, que é uma espécie de Loggi/Rappi da Americanas.
“No final de 2020, o CEO da Americanas disse que queria ter mais parcerias com startups e aí montei um pitch para dar mais espaço para essas empresas. Hoje uma startup consegue em três meses, o que eu demorei três anos pra conseguir com a Americanas”, destacou Messina.
Como surgiu a startup Pedala, que hoje faz parte da Americanas
Em 2015, Messina levou uma ideia de seu amigo e sócio, que residia em São Paulo, para o Rio de Janeiro. O projeto era um tanto quanto simples, mas não existia por lá ainda. O negócio era focado em transportar, com bicicletas, documentos pela cidade.
“Quando a empresa começou, era eu e mais um sócio. Começamos o negócio em uma coworking de 9 metros quadrados. A gente entregava documentos de bike. Começamos entregando somente documentos e depois passamos a fazer restaurantes também. Percebemos que as empresas estavam crescendo [na área de e-commerce] e começamos a atender e-commerce”, afirmou Messina.
Com o avanço do e-commerce, Messina percebeu que a empresa deveria focar em apenas um nicho, e foi aí que as coisas começaram a caminhar para o sucesso.
“Paramos de atender restaurante e documentos, e começamos a operar só e-commerce. Perdemos bastante receita. Aí a Bossanova entrou com a gente, em um programa que chamava “conecta”, e começamos a mudar de cabeça. Mudamos o modelo de negócio e com isso a gente começou a chamar a atenção de grandes empresas”, disse.
Messina conta que tentou contato com a Americanas por quase três anos. Mas faltando só uma semana para a Black Friday de 2018, a empresa conseguiu um contrato com a Americanas.
“Expandimos em uma semana quase o dobro. Até que chegou uma hora que a parceria estava tão grande que eles quiseram estreitar o relacionamento”, disse o empresário.
Segundo ele, a Americanas buscava por ideias sustentáveis e sua empresa, que fazia entregas com bicicletas, se encaixava exatamente nisso. “Entramos na Americanas e dois anos depois crescemos 10 vezes”, destacou.
De acordo com o empreendedor e funcionário da Americanas, a Pedala começou a dar certo a partir do momento em que ele e seu sócio passaram a focar o negócio em uma coisa só. “Quando ‘pivotamos’ o negócio e percebemos que deveríamos focar apenas em e-commerce, o negócio mudou de patamar e começou a crescer super rápido”, reiterou Messina.