Natura (NTCO3) e Avon serão fundidas na América Latina, diz site

O conselho de administração da Natura&Co irá se reunir na próxima quarta e quinta-feira (14 e 15) para discutir o processo 

O conselho de administração da Natura&Co (NTCO3) irá se reunir na próxima quarta e quinta-feira (14 e 15) para discutir um processo de reestruturação das operações da companhia, segundo o site “Reset”. 

Entre as mudanças, uma fusão das operações da Natura e da Avon na América Latina em uma única empresa, sob o comando do executivo João Paulo Ferreira, é uma das mais relevantes. 

A reestruturação mudaria o modelo de plataforma global de várias marcas, semelhante ao adotado pela L’Oreal.Outra medida seria a possível cisão da australiana Aesop e da The Body Shop, em duas empresas separadas.

Além disso, outras questões poderão ser discutidas na reunião do conselho da Natura&Co. Entre elas, o futuro da Avon International, com a possível saída de alguns países, e o futuro da divisão “home and fashion”, de roupas e artigos para casa. 

Problemas que se acumulam (em dívida) na Natura

A companhia registrou prejuízo líquido de R$ 643,1 milhões no primeiro trimestre deste ano, quatro vezes mais que a perda de R$ 155,2 milhões no mesmo período de 2021. A receita líquida do grupo Natura no período também encolheu, para R$ 8,2 bilhões, queda de 12,7% na base anual.

A única marca que conseguiu aumentar a receita no período foi a Aesop, que faturou R$ 643,1 milhões, alta de 9,6% em reais. Mas o segmento tem a menor participação no bolo do grupo e correspondeu por 7,8% da receita líquida do último período. 

Avon, Natura e The Body Shop, que concentraram, respectivamente, 48,3%, 31,2% e 12,7% da receita, encolheram no primeiro trimestre. Na Avon, com o enxugamento das operações internacionais, a queda foi de 19,1% em reais e de 10,6% em moeda corrente.  

No Brasil, a Natura perdeu participação no mercado em 0,4 ponto percentual em 2021, segundo dados da Euromonitor. A marca segue líder no setor e está 0,6 p.p. acima da presença que tinha no mercado nacional em 2019, mas se vê ameaçada diante da redução de gastos com bens do consumo discricionário.

“O segmento da Natura trazia um conforto aos investidores. Se esse lado tivesse se sustentado, a empresa poderia se aventurar mais no turnaround da Avon, que ainda deve consumir muitos recursos da gestão”, avaliou Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos.