A Natura&Co (NTCO3) informou que irá reestruturar sua estrutura corporativa e trocará o atual presidente-executivo Roberto Marques por Fábio Barbosa.
O novo líder da Natura, que atualmente é conselheiro na companhia e presidente do Comitê de Pessoas, também já atuou como presidente do Santander Brasil (BCSA34) e do Grupo Abril.
Em nota emitida à CVM (Comissão de Valores Imobiliários) nesta quarta-feira (15), a cosmética confirmou que a alteração em seu principal cargo está alinhada com os novos projetos de crescimento da companhia.
“Após um período de aquisições transformadoras, a complexa integração de seus negócios e processos, a criação de uma visão comum de sustentabilidade, é hora de evoluir”, disse a empresa em nota.
Além disso, a empresa também confirmou que tal reestruturação visa aumentar a responsabilidade de suas marcas únicas, como Avon, The Body Shop e Aesop.
Por sua vez, Roberto Marques não atuará mais como presidente do Conselho da companhia, mas permanecerá com um assento comum no colegiado para auxiliar no processo de transição. O executivo planeja se aposentar no fim do ano, de acordo com o comunicado.
Ao fim da nota, foi confirmado também que alguns cargos como líder de Crescimento Sustentável e líder de Transformação deixarão de existir ou serão reavaliados na nova estrutura.
Plano de reestruturação é consequência de resultados negativos da Natura no 1T21
As mudanças propostas pela empresa de cosméticos surgem após os balanços financeiros divulgados no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com o divulgado pela Natura, o prejuízo líquido no período foi de R$ 643,1 milhões, 314,4% maior em relação ao mesmo espaço de tempo de 2021.
Com os resultados divulgados, as perdas da companhia aumentaram quase quatro vezes mais na comparação anual. Entre janeiro e março do ano passado, o prejuízo registrado pela companhia foi de R$ 155,2 milhões.
O Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa foi de R$ 595,9 milhões no primeiro trimestre deste ano, queda de 38,1%.
Já a receita líquida totalizou R$ 8,253 bilhões nos três primeiros meses de 2022, 12,7% abaixo do registrado entre janeiro e março de 2021.
Logo, a margem Ebitda (lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização pela receita líquida) ajustada foi de 7,2% neste primeiro trimestre, 3% a menos do divulgado na comparação anual.
De acordo com o documento apresentado na CMV na ocasião, os resultados da companhia tiveram impactos diretos do aumento da inflação, da alta de custos no mercado, e dos desdobramentos da guerra da Rússia contra a Ucrânia.
Além disso, o enfraquecimento das vendas da Avon e da The Body Shop foram as frentes que mais representaram perdas para a Natura.