A Natura (NTCO3) anunciou, nesta terça (9) que vai aumentar o preço dos seus produtos pela segunda vez no ano. A companhia realiza ação após divulgar prejuízo no primeiro trimestre de 2023.
A empresa enviou catálogos às revendedoras de seus produtos com informativos que a partir do “ciclo 8”, “alguns produtos” serão reajustados. Mas não foram especificados quais. As informações são do Money Times.
Natura (NTCO3) fecha com alta de 15%, apesar de prejuízo no 1T23
As ações da Natura (NTCO3) fecharam com alta de 15,08%, cotadas a R$ 12,97, no pregão do Ibovespa desta terça-feira (9). O movimento positivo veio mesmo após a empresa apresentar prejuízo no primeiro trimestre do ano (1T23) de R$ 652 milhões.
De acordo com analistas ouvidos pelo site Money Times, apesar do desempenho ruim no período, a rentabilidade veio acima do esperado — o que acarreta a reação positiva do mercado. Ruben Couto e a equipe do Santander pontuam que o balanço mostra o comprometimento da administração com a geração de caixa.
“A Natura continua focada em melhorar sua lucratividade e se concentra na geração de caixa. O consumo de caixa durante o trimestre caiu 34% na comparação anual, ajudado pelo capital de giro melhorado”, dizem os analistas do banco.
O Santander mantém recomendação neutra para NTCO3, com preço-alvo de R$ 12,20, o que implica uma potencial alta de cerca de 8,3%.
Segundo Couto e equipe, a marca teve “sólido crescimento”, impulsionado pelo maior número e melhor produtividade de consultores, e pelo aumento geral de preços. Ainda no Brasil, a receita da Avon ficou praticamente estável em relação ao ano anterior (-0,6%).
No restante da América Latina, as operações continuaram a apresentar números fortes (+6,7%). A Avon na América Latina hispânica foi o destaque da divisão.
Natura (NTCO3) registra prejuízo de R$ 652,4 milhões no 1T23
A Natura (NTCO3) divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2023 com um prejuízo líquido de R$ 652,4 milhões, perda de 1,4% a mais que o mesmo período de 2022, de acordo com a publicação feita nesta terça-feira (9).
O Ebitda ajustado registrou alta de 41,3%, chegando a R$ 841,7 milhões. Já a receita líquida teve queda de 2,8% e ficou em R$ R$ 8,021 bilhões. O desempenho, segundo a empresa, foi puxado pelas vendas na América Latina e Aesop, cujas operações foram fechadas em abril.
Além disso, a Natura pontua que a receita em moeda constante teve um aumento de 3,4% no ano. A Companhia também relatou que o prejuízo líquido foi “praticamente em linha com o ano anterior”, contou no documento.
A empresa também teve aumento na dívida líquida, saindo de R$ 7,6 bilhões de 2022 e subindo para R$ 9,4 bilhões neste ano, “o aumento se deve principalmente ao consumo de caixa sazonal, combinado ao aumento do estoque e recebíveis do forte crescimento da marca Natura”, afirma a Natura.