O diretor de Integridade e Riscos da Novonor (anteriormente conhecida como Odebrecht), Rafael Mendes, argumenta que uma revisão do acordo de leniência firmado com a Controladoria-Geral da União em 2018 é imperativa para se adequar à realidade atual da empresa.
Mendes destaca que a receita atual representa apenas 10% do que era antes da Operação Lava Jato.
“Você olha para uma empresa que tem 180 mil empregados, que como grupo fatura R$ 100 bilhões, e calcula uma multa. Mas a empresa, como resultado de todo esse processo, agora tem 13 mil empregados, fatura R$ 5 bilhões”, argumentou Mendes.
“Essas multas que você estabeleceu são realistas? Ou elas vão terminar de destruir a empresa, o que não é do interesse de ninguém? Um dos princípios do acordo de leniência é a preservação da empresa”, completou o diretor da Novonor.
Novonor vence licitação para obras de refinaria pivô da Lava Jato
A Novonor (ex-Odebrecht) e a Andrade Gutierrez ganharam uma licitação para obras de complementação da Rnest (Refinaria Abreu e Lima), um dos pivôs dos esquemas de corrupção descobertos pela Operação Lava Jato.
A controlada da Andrade Gutierrez, a Consag, conseguiu dois lotes (A e B), no qual os valores são da ordem de R$ 3,9 bilhões. Já a controlada da Novonor, a Tenenge, também adquiriu dois lotes, com valores superiores a R$ 8 bilhões.
Após formar o seu programa de compliance, há quatro anos, a companhia foi a primeira a sair da “lista de “desafetos””allow list” da Petrobras (PETR4).
Além disso, outras três organizações venceram a licitação. De acordo com informações do “Estadão”, um lote ficou vazio.
Nenhuma das partes envolvidas quis comentar sobre as aquisições.