A decisão da Petrobras de estudar uma proposta para adquirir unidades de polipropileno da Braskem e deixar a sociedade, permite que a Novonor (nova Odebrecht) sonhe com um possível drible na cláusula de tag along (mecanismo de proteção à acionistas minoritários) presente no acordo de acionistas da petroquímica.
Segundo fontes, a proposta ainda não foi formalizada, mas irá mitigar o entendimento de que será mais fácil vender a Braskem fatiada. Forçando a construção de um novo acordo permitindo a saída da Petrobras sem acionar o tag along, o instrumento também permite que outros acionistas incluam suas ações na transação.
De acordo com reportagem do Valor Econômico, a Petrobras estuda ofertar a compra de unidades de polipropileno e polietileno, como a Riopol, no Rio de Janeiro, e o polo de Capuava, em São Paulo, por meio da entrega de sua participação de 36,1% do grupo.
Caso a Petrobras venha a fazer a proposta formalmente, a Braskem deverá chamar uma assembleia de acionistas para deliberar sobre pontos necessários para viabilizar a venda. Entre os pontos estará a criação e consequente desmembramento de unidades de negócios da companhia, que poderão ser vendidos sem dar a chance de acionar o tag along.
Embora a antiga Odebrecht possua 38,3% e detenha o controle da Braskem, qualquer proposta por sua parte precisaria ser alta o suficiente para superar possíveis acionamentos do tag along, o que dificultava a busca por um comprador. Com a aprovação da Petrobras, isso não será mais um problema.
A Petrobras e o Novonor não se posicionaram até o momento.