Nubank (NUBR3): preço das ações pode apresentar distorção nos próximos dias, diz Itaú BBA

A mudança na data do lock-up e o resultado do 1T22 estão entre as causas

O Nubank (NUBR3) anunciou na segunda-feira (2) que irá antecipar o fim do lock-up para ações e BDRs para maio ao invés da data original de 7 de junho. O lock-up é uma cláusula que determina um período no qual os investidores ficam impedidos de vender as ações de uma empresa. Em relatório, o Itaú BBA acredita que essa mudança, somada à divulgação do balanço trimestral da empresa, pode resultar em uma distorção no preço das ações. 

As ações do Nubank na Bolsa de Nova York caíram 8,22% na terça-feira, após a instituição anunciar a antecipação da data do lock-up. Às 14h15 de quarta-feira (4), os papéis valem US$ 5,48, o menor valor já registrado. 

Os analistas do Itaú BBA estimam um preço-alvo entre US$ 6 e US$ 7. Segundo o relatório, cenários mais conservadores podem indicar US$ 3 e US$ 4. Já cenários mais otimistas podem levar as ações para acima do patamar dos US$ 8.

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O anúncio de que o Nubank alterou a data do lock-up para coincidir com a divulgação do balanço do primeiro trimestre. Com a mudança, os investidores que estavam impedidos de vender suas ações poderão vendê-las no dia seguinte ao balanço, no dia 17. 

No comunicado, a empresa afirmou que “o período de lock-up será encerrado em 17 de maio de 2022, de forma a coincidir com a divulgação dos resultados, sem nenhuma relação com qualquer oferta”. A “Bloomberg” calculou que, com o fim do lock-up, cerca de US$ 26 bilhões devem ser negociados com a venda de ações do Nubank.

Na última quinta-feira (26), o Itaú BBA já havia revisado sua recomendação de “venda” para as ações do Nubank, rebaixando o preço-alvo de US$ 7,00 para US$ 6,60.

Polêmica da remuneração dos diretores do Nubank

Outra notícia recente já chamava a atenção do mercado e do público para o Nubank. Na segunda-feira (2), a fintech emitiu uma nota para justificar a bonificação de R$ 100 milhões para cada diretor da empresa. Segundo um formulário de referência à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a remuneração total prevista seria de R$ 804,243 milhões. O alto valor chamou a atenção do mercado. 

O Nubank explicou que o valor não será distribuído para todos os diretores de forma igualitária. Cerca de R$ 678,8 milhões do montante será destinado para o fundador e diretor presidente da empresa, David Vélez. De acordo com o comunicado, o valor está “condicionado ao cumprimento de metas ambiciosas, e deverá representar praticamente 100% da remuneração total do Sr. Véles ao longo dos próximos 5 anos.