Após pouco mais de um ano depois de aprovada a aquisição da Easynvest pelo Nubank (NUBR33), os ativos sob custódia na nova configuração já superam a marca de R$ 100 bilhões. São cerca de R$ 40 bilhões em investimentos e outros R$ 66 bilhões em recursos administrados da Nu Conta, sistema de aplicações e resgates automáticos que remunera o correntista via recibos de depósitos bancários (RDB).
Na época da transação, em setembro de 2020, a Easynvest tinha R$ 24,5 bilhões em sua custódia e uma base superior a 1 milhão de clientes. Do terceiro trimestre de 2021 até o fim de setembro, a custódia cresceu 52% e, atualmente, são mais de 6 milhões, segundo Fernando Miranda, vice-presidente de investimentos do Nubank, que veio da estrutura da Easynvest, onde era o principal executivo.
A transação custou ao banco R$ 2,3 bilhões, tendo sido o atalho para ingressar no mundo dos investimentos. Em seguida, esse número aumentou com o IPO (oferta pública inicial), em que 815 mil clientes de varejo ganharam ou investiram em BDRs, recibos representativos de ações, negociados em Nova York, no fim do ano passado.
Crescimento do Nubank deve seguir
Ainda de acordo com Miranda, o crescimento deve seguir ocorrendo em duas vertentes. “Primeiro aumentar a fatia de mercado dos clientes que já investem em ações e CDB, fazer a venda cruzada e elevar a parcela da carteira tirando da concorrência, aumentado o bolo. Outra frente é que há milhões de não investidores que podem passar a investir. Há aquele famoso R$ 1 trilhão no varejo como um todo, mas um grande pedaço ainda está fora do mercado”, disse ao “Valor”.
Na migração de produtos para o app do Nubank, a parte relativa à bolsa está totalmente integrada, com ações, BDR e fundos imobiliários. O acesso ao Tesouro Direto, sistema de compra e venda de títulos públicos, que sempre foi porta de entrada para novos investidores na Easynvest, ainda não está disponível.
Na última estatística do Tesouro, a NuInvest aparecia na segunda posição em número de transações, atrás apenas da XP. Miranda calcula ter 20% de participação de mercado.
Entre fundos próprios e de terceiros, a asset do Nubank reúne 1 milhão de cotistas, com cerca de R$ 1 bilhão em ativos, o que enfatiza o tíquete médio baixo da operação.
A gestora tem investido em produtos proprietários com nomes como Nu Reserva Imediata, Nu Reserva Planejada (com crédito privado), Nu Cautela e uma família batizada como Ultravioleta, para bolsos mais arrojados, que contempla uma carteira de ações e um multimercado.
Esses dois portfólios estão sob a estrutura de um fundo de fundos que compra cotas de gestoras como Verde, Constellation, Bogari, SPX e Absoluto, acatando aplicações a partir de R$ 100.
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Apesar de usar inteligência artificial baseada na depuração dos objetivos dos clientes, a decisão do Nubank foi interromper os serviços da Vérios e o seu robô de investimento Ueslei. A gestora digital foi adquirida pela Easynvest em janeiro do ano passado e trouxe cerca de R$ 400 milhões de investidores que já faziam suas transações por meio da plataforma.