Nubank: parar de crescer seria um erro estratégico, diz Vélez

Em entrevista ao jornal “Brazil Journal”, CEO do Nubank comentou sobre o crescimento da fintech no Brasil e na América Latina

Em entrevista ao jornal “Brazil Journal”, o CEO do Nubank (NUBR33), David Vélez, disse que seria um grande erro estratégico parar de crescer agora e focar apenas no lucro da companhia. A colocação do presidente se dá na contramão de outras empresas de tecnologia, que vêm colocando o pé no freio do crescimento.

“Se quisermos gerar bilhões em lucro, a gente consegue. Nós iríamos parar de crescer um pouco, focar no lucro. Mas nós estamos construindo uma empresa para os próximos 10 ou 20 anos e a quantidade de serviços financeiros na América Latina é tão grande que seria um grande erro estratégico parar de crescer nesse momento”, disse Vélez em entrevista.

Ele ainda afirmou que o Nubank está tentando balancear o crescimento e market share na América Latina, ao mesmo tempo em que mostra para o investidor, que cobra números positivos do banco, que há bastante potencial de lucratividade no Nubank. A ideia, segundo ele, é que o lucro seja mais importante que o crescimento em 20 anos. 

“A gente vai continuar trabalhando para gerar oportunidades de crescimento, mas ao mesmo tempo demonstrando para esse investidor que conseguimos gerar lucro e balancear essas duas demandas estratégicas”, apontou o executivo. 

Vélez apontou também que um dos objetivos do Nubank é ter um retorno sobre o patrimônio (ROE) maior que o de grandes bancos. Segundo ele, o modelo do Nubank pode gerar, a médio prazo, um ROE “muito acima” do que o de instituições tradicionais.

Sobre a inadimplência no Nubank, que cresceu no terceiro trimestre de 2022, Vélez se disse “confortável” com os números, apesar de confessar que será necessário mais tempo para entendê-los por completo. “Nossa inadimplência está 50% menor do que a do mercado. O importante é mantermos essa vantagem competitiva, porque o melhor negócio é conseguir mostrar maior rentabilidade no momento”, disse. 

Congelamento de contratações no Nubank deve continuar em 2023

Muitas empresas de tecnologia anunciaram demissões em massa nos últimos meses. O Nubank, no entanto, não entrou para a lista, ao menos por enquanto. Vélez confirmou que a fintech parou de contratar em 2022 e que o congelamento deve continuar em 2023.

Ainda assim, o diretor executivo disse que alguns cortes, de pessoas e projetos, foram feitos. “Decidimos fechar algumas coisas que estávamos olhando, mas no geral, não vejo que precisamos chegar nesse nível de layoffs”. 

Para ele, a decisão não deve afetar muito o crescimento, que pode continuar com uma equipe “basicamente estável”.

México bate praticamente todas as métricas do Brasil 

O crescimento da operação do Nubank no México está, proporcionalmente, maior que o do Brasil, de acordo com Vélez. 

“Dado o momento que estamos vivendo, queremos investir muito no México, porque podemos chegar a ser uma das maiores instituições financeiras por lá”. Um dos motivos, segundo o CEO do banco, é a população jovem, que configura metade da população mexicana e é o público-alvo da fintech.

Vélez comentou sobre fundo que investe em debêntures da Americanas

Os fundos de renda fixa do Nubank foram impactados pelas variações dos ativos da Americanas (AMER3) nas últimas semanas, o que fez com que algumas carteiras do banco digital apresentassem rentabilidade negativa. 

O “Nu Reserva Imediata”, um dos fundos impactados, viu sua rentabilidade cair e ficar no vermelho. Essa é uma das opções oferecidas pelo Nubank para guardar dinheiro para uma emergência por meio de suas “Caixinhas”, ferramenta oferecida pelo banco para que o cliente consiga guardar dinheiro de acordo com seus objetivos.

Para Vélez, o que faltou da parte do Nubank, para que clientes não corressem o risco, foi tirar o fundo completamente do app. O aplicativo já sugeria outras opções mais seguras para o investidor. 

Acesse a versão completa
Sair da versão mobile