Por Luiz Landgraff, presidente da 99Pay

O Brasil está na vanguarda da inovação financeira global

A transformação brasileira é impulsionada por um ambiente regulatório ativo e colaborativo

Foto: Freepik
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O sistema financeiro brasileiro vive uma transformação profunda — e não por acaso. Esse avanço é resultado da combinação entre inovação regulatória, digitalização acelerada, cultura mobile-first e uma população aberta a testar novas soluções.

O Pix simboliza essa revolução. Lançado em 2020, tornou-se o principal meio de pagamento do país. Em 2023, movimentou R$ 17 trilhões. Em 2024, o volume saltou para R$ 26 trilhões, com mais de 160 milhões de usuários e 816 milhões de chaves. Mais do que substituir TEDs e DOCs, o Pix mudou o comportamento dos brasileiros em relação ao dinheiro: pagar contas, transferir ou receber valores se tornou simples, instantâneo e gratuito.

Outro marco é o Open Finance. Em operação desde 2021, permite o compartilhamento consentido de dados financeiros, viabilizando ofertas mais personalizadas e competitivas. Já são mais de 20 milhões de brasileiros conectados à iniciativa, que fortalece a concorrência e devolve poder ao consumidor.

O Brasil: transformação é impulsionada por um ambiente regulatório

A transformação brasileira é impulsionada por um ambiente regulatório ativo e colaborativo. O Banco Central tem sido peça-chave nesse processo, ao aliar segurança jurídica com estímulo à inovação — como mostram iniciativas como o Real Digital, o Open Finance e o Sandbox Regulatório.

Esse ambiente também favoreceu o surgimento de um dos ecossistemas de fintechs mais ativos do mundo. Segundo a ABFintechs, o Brasil já conta com mais de 1.500 startups financeiras que atuam em áreas como crédito, soluções para pequenos negócios, educação financeira e inclusão de desbancarizados.

Essas empresas têm ampliado o acesso a serviços essenciais, especialmente entre as classes C e D, com produtos digitais, simples e conectados à realidade da população — priorizando o uso responsável do crédito e a autonomia financeira.

O que vivemos não é só a digitalização de um setor, mas a reconstrução da forma como o brasileiro se relaciona com o dinheiro. E, nesse processo, o Brasil deixa de ser espectador e assume o papel de protagonista em uma agenda global. O futuro das finanças será mais aberto, mais inteligente e, sobretudo, mais centrado nas pessoas.