Uma das maiores empresas de gestão de lixo do Brasil, a Orizon finalizou a compra de sete aterros sanitários que pertenciam à Estre Ambiental, em uma transação que praticamente dobra o seu tamanho em volume, receita e EBITDA.
Os aterros foram a leilão nesta quinta-feira (04) dentro do plano de recuperação judicial da Estre, que vergou sob o peso de uma dívida de R$ 3 bilhões. A Orizon pagou R$ 840 milhões pelos ativos por meio de uma parceria com a Jive, a gestora de distressed assets.
Foi usando créditos da Estre que as duas compraram em 2020 quando os bancos credores colocaram a dívida à venda. A empresa hoje recebe 4,8 milhões de toneladas de lixo anualmente em seus cinco aterros, localizados em Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro.
A compra da Estre adiciona 3,9 milhões de toneladas/ano, além de um EBITDA na casa de R$ 150 milhões. Dos sete aterros da Estre, apenas um possui sobreposição com os ativos da Orizon, mas ele responde por apenas 200 mil toneladas. Os outros seis estão localizados em regiões onde aempresa ainda não opera: São Paulo, Sergipe, Alagoas e Goiás.
Depois da compra, a Orizon deve implementar a estratégia do CEO Milton Pilão Jr. de transformar os aterros da Estre em ecoparques, uma espécie de Aterro 4.0 que monetiza mais os resíduos e com os quais a Orizon costuma triplicar a receita de um aterro convencional.
Somando aquisições e crescimento orgânico, analistas estimam que, em 2024, a Orizon pode ser 4x maior do que é hoje. A companhia vale R$ 1,97 bilhão na Bolsa, onde a ação negocia na faixa de R$ 27, acima do preço do IPO (R$ 22).