A Vinci Partners pretende fazer um investimento na ordem de R$ 870 milhões para dobrar o números de unidades do Outback no Brasil, revelou, ao “Pipeline”, o co-chefe de private equity da Vinci, Carlos Eduardo Martins, sem mencionar prazos para a expansão.
A empresa brasileira de fundos de investimento efetivou a compra do controle da operação da cadeia de alimentos no Brasil na última quarta-feira (6). Há 174 lojas do Outback no país, com investimento médio de R$ 5 milhões por loja.
Além disso, a operação possui 17 unidades da Abbraccio e duas da Aussie, com um total de 200 restaurantes. A Vinci também pretende seguir com o crescimento das outras duas e maturar as marcas.
Agora, a Vinci tem 67% das operações do Outback e os 33% restantes permaneceram com a Bloomin’ Brands.
“Temos um alinhamento com a Vinci sobre o futuro da companhia e continuamos comprometidos com a operação no Brasil, por isso permanecemos como acionistas”, disse ao “Pipeline” o vice-presidente executivo de estratégia global de clientes da Bloomin’, Pierre Berenstein.
O vice-presidente destacou que há espaço para crescer, uma vez que nos EUA a alimentação fora de casa corresponde a 70% do consumo e no Brasil o percentual é de 33%.
“O Outback é referência de categoria e as unidades têm fila na porta, mas nossa expansão é cuidadosa. A gente considera a garantia de abastecimento de cada item, como a nossa cebola única”, afirmou o executivo. O carro-chefe da rede é importado principalmente do Chile e da Espanha.
Um produtor paulista é responsável por 10% do fornecimento da cebola. Ele passou 20 anos aprimorando a produção para atender aos requisitos da marca. Outros produtores brasileiros estão fazendo testes no momento.
Vinci não pretende mudar gestão do Outback
A Vinci não tem planos de mudar a gestão do Outback no Brasil, hoje comandada por Mauro Guardabassi. “Essa operação é um tripé entre a Vinci, a Bloomin’ e a gestão atual, que já toca o negócio muito bem e com a qual vamos colaborar”, disse Martins ao “Pipeline”.
A Bloomin’ no Brasil foi avaliada em um enterprise value de R$ 2 bilhões, 6,5 vezes o Ebitda de 12 meses da companhia. Para adquirir o controle da operação, a Vinci está investindo R$ 1,4 bilhão. O acordo prevê que a Bloomin’ pode vender o restante da participação para a Vinci em 2028.
“O Outback é uma marca icônica, com uma proposta de valor que dificilmente encontramos em outras operações no Brasil”, disse Martins ao “Pipeline”. A Vinci foi uma das maiores investidoras do Burger King Brasil, da Domino’s e da Camarada Camarão.
Na reta final das negociações, a empresa brasileira estava concorrendo com a Mubadala Capital e com a Advent. O investimento na compra do Outback é o terceiro do fundo VCP IV da Vinci, que tem planos de ter pelo menos oito ativos.