Petrobras (PETR4): banco reduz preço alvo de ação para R$ 22

Segundo o banco, parte da decisão foi proporcionada por comentários feitos pela equipe de transição

O banco UBS recomendou a venda das ações da Petrobras (PETR4) e reduziu o preço-alvo dos papeis de R$ 47 para R$ 22, segundo informações da “CNN”. Na segunda-feira (21) as ações fecharam a R$ 26,78 com alta de 0,3% depois da confirmação do pagamento de dividendos.

Segundo o relatório do banco, parte da decisão foi proporcionada por comentários feitos pela equipe de transição do novo governo. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ainda não decidiu quem vai ser o novo presidente da Petrobras, mas disse na campanha que quer mudar a política de preços.

Três pontos nebulosos colaboram para o mau humor com a companhia: política de preços, política de investimentos e perspectivas para o futuro. 

“Nada disso está claro no momento, no entanto, comentários do time de transição nós dá algumas pistas, e observando o passado da Petrobras precisamos ser cautelosos”, diz o documento, segundo a publicação. 

O banco também enfatiza que não há decisão sobre o futuro da política de preços, mas que espera margens de lucro mais apertadas para o refino. Ressalta também que com mais investimentos em energia renováveis a Petrobras vai pagar menos dividendos, o que é prejudicial do ponto de vista do investidor.

A estatal pagou R$ 217 bilhões de investimentos até agora em 2022, inclusive de forma antecipada para ajudar o Tesouro Nacional a fechar as contas. O volume é recorde e a prática foi criticada até por conselheiros da empresa.

Com PT, Petrobras (PETR4) vale a pena pelos dividendos?

A estatal vem sendo o centro das atenções entre os investidores, após anunciar mais uma vez dividendos generosos no valor de R$ 3,3489. Analistas consultados pelo BP Money, no entanto, veem com apreensão a entrada de investidores no papel só para surfar os dividendos pela questão política que deve afetar a empresa.

Na mesma semana em que a estatal anunciou os proventos, a equipe do presidente eleito Luiz Inácio da Silva (PT) buscou travar o pagamento antecipado desses ativos, alegando que a petroleira deveria ter um papel social. 

“Não concordamos com essa política que retira da empresa sua capacidade de investimento e só enriquece acionistas. A Petrobras tem de servir ao povo brasileiro”, afirmou Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT. 

Segundo analistas consultados pelo BP Money, se o governo Lula realmente barrar a distribuição de dividendos gordos da Petrobras nos próximos anos, há uma grande possibilidade de muitos investidores abrirem mão das ações da estatal, causando uma desvalorização do ativo.