Petrobras (PETR4): Bolsonaro ordenou que presidente da companhia barrasse reajustes

O presidente Jair Bolsonaro teria colocado pressão sobre os dirigentes para não aumentarem mais os preços de combustíveis

A Petrobras (PETR4) sofreu tentativas de intervenção do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em meio a alta dos preços de combustíveis. “Recuem”, foi o que disse Bolsonaro ao coronel Ricardo Bezerra, ex-presidente da estatal, mesmo depois do anúncio do reajuste ser anunciado.  

De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, o atual presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, que deixou o cargo nesta quarta-feira (13), disse em entrevistas que as pressões eram crescentes e que “é mais fácil encontrar culpados do que solução”. O general da reserva foi colocado no cargo pelo próprio presidente Bolsonaro, afirmando que Silva e Luna seria a pessoa que ia “dar uma arrumada na empresa”.

Durante a gestão de Silva e Luna, Bolsonaro teria criticado o lucro da estatal, afirmando que “(A Petrobras) tem de ser uma empresa que dê lucro não muito alto”. A declaração veio após a companhia anunciar que teve lucro recorde de R$ 106,6 bilhões em 2021. A reação do presidente fez o coronel Bezerra cogitar não incluir na divulgação do resultado de 2021 a palavra ‘lucro’.

Nos últimos meses, em meio ao aumento do preço do petróleo graças à guerra na Ucrânia, a relação entre Bolsonaro e Silva e Luna se desestabilizou. Ainda segundo o “Estado de S. Paulo”, o presidente passou a falar com ele apenas por intermédio do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. 

Após o reajuste de março nos preços, de 18,7% na gasolina e 24,9% no diesel, Silva e Luna tentou segurar os preços mesmo com a escalada do petróleo. Os diretores da Petrobras e conselheiros de Silva e Luna defendiam a urgência do reajuste, e não lhe restou alternativa a não ser mais um aumento, o que resultou na demissão do general.

Mudanças na presidência da Petrobras

Após a demissão de Joaquim Silva e Luna, três nomes foram levantados para ocupar o cargo vago. Adriano Pires e Rodolfo Landim foram convidados, mas não aceitaram devido a conflitos de agenda. Caio Andrade, secretário especial do ministro da Economia, Paulo Guedes, foi cotado para o comando da companhia, mas a indicação não foi adiante devido à falta de experiência de Andrade no setor. 

José Mauro Coelho foi a mais recente indicação do Ministério de Minas e Energia para ocupar a cadeira da presidência. A Petrobras deve aprovar o nome, uma vez que José Mauro já vinha sendo cogitado para um cargo na diretoria. 

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