TCU recomenda suspensão

Petrobras (PETR4) adia início de contrato polêmico com a Unigel

TCU aponta decisão unilateral e riscos financeiros

Petrobras
Agência Petrobras/ Reprodução

A Petrobras (PETR4) anunciou um novo adiamento para o início da vigência do seu contrato mais controverso sob a atual administração, o acordo com a petroquímica Unigel. As informações pertencem à coluna de Lauro Jardim, do jornal “O Globo”.

Essa decisão vem após a área técnica do TCU recomendar a suspensão do contrato, citando riscos de prejuízo significativo para a estatal, próximo a meio bilhão de reais, e apontando indícios de irregularidades graves. 

O contrato, originalmente firmado em 29 de dezembro, teve seu início previsto para fevereiro, adiado para março e, posteriormente, para 28 de abril. Agora, a Petrobras optou por aguardar mais 60 dias antes de colocá-lo em prática.

De acordo com a Petrobras (PETR4) “a data de início do contrato foi postergada para dar mais tempo para o cumprimento das condições precedentes” e que nenhum desembolso de recursos foi realizado até agora.

No começo de abril, Benjamin Zymler, o relator do caso no TCU, solicitou à área técnica do tribunal uma análise mais detalhada de certos aspectos do contrato. 

Paralelamente, a equipe de auditoria especializada do TCU continua monitorando de perto o andamento do contrato.

Prevê-se que em cerca de 30 dias o relatório solicitado por Zymler esteja concluído e pronto para ser revisado por seus colegas no plenário.

Petrobras (PETR4): Citi estima R$ 39,1 bi em dividendos

Petrobras (PETR4) deve anunciar R$ 39,1 bilhões (ou US$ 7,9 bilhões) em dividendos referentes a 2024, segundo aposta do Citi. Este valor, somado aos dividendos aprovados na quinta-feira (25), implicam em um rendimento de dividendo de cerca de 13%.

O Citi vê dois riscos negativos para os dividendos da Petrobras. O primeiro diz respeito às preocupações com ações judiciais do Carf (Conselho de Administração de Recursos Fiscais) e seus potenciais impactos em acordos fiscais.

O segundo são os prováveis projetos em avaliação, que ainda não estão considerados no modelo do banco.

TCU aponta decisão unilateral e riscos financeiros

Os técnicos ressaltaram que a decisão de contratação foi tomada por um único diretor, e o contrato foi assinado por um gerente executivo subordinado a ele, sem o envolvimento efetivo das instâncias superiores da Petrobras. Esse contrato, segundo eles, excedeu os limites de decisão estabelecidos pela empresa.

Além disso, os técnicos enfatizaram que o contrato apresenta indícios de ser deficitário e carece de uma demonstração clara dos benefícios para a Petrobras. Eles também apontaram para a frágil situação econômica do Grupo Unigel, o que aumenta a complexidade e os riscos do negócio.

Embora a unidade técnica tenha solicitado a suspensão anteriormente, o relator optou por aguardar o diálogo com as empresas antes de tomar uma decisão.