O Cope (Comitê de Pessoas da Petrobras) apontou impedimentos para que o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Efrain Cruz, assuma uma cadeira no Conselho de Administração da petroleira, segundo informações da agência “Reuters”.
A posição do comitê da Petrobras sobre o indicado pela União já era de certa forma aguardada, após o secretário de Óleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, também não passar na avaliação do Cope.
Em decisão já publicada, o Cope apontou que Mendes só poderia assumir o cargo se renunciasse ao posto no ministério, diante de possível conflito de interesses previsto na Lei das Estatais.
Já Cruz ainda passará pela avaliação do Conselho de Administração, que poderá seguir ou não a avaliação do órgão interno da companhia. Uma das fontes acrescentou que a reunião do conselho com esse fim poderá ocorrer na próxima semana.
Efrain é um dos oito indicados pelo governo ao colegiado da companhia, que ainda está formado por pessoas nomeadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Há ainda três candidatos suplementares apontados pelo atual governo, que poderão entrar em cena caso as primeiras opções sejam impedidas.
Nesta semana, Victor Saback, um dos nomes que já haviam tido pareceres positivos pelo Cope e pelo conselho, assumiu como novo secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia.
A renovação do conselho está prevista para ocorrer em 27 de abril, em Assembleia Geral de acionistas.
Lula: nova política de preços da Petrobras será discutida no futuro
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repercutiu nesta quinta-feira (6) a divergência entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), e o presidente da Petrobras (PETR3;PETR4), Jean Paul Prates, sobre possíveis mudanças na política de preços da estatal. Lula afirmou que o assunto só será discutido “no momento em que o presidente convocar uma reunião”.
Lula ainda disse que o Brasil não tem que estar submetido ao PPI (política de paridade internacional), que condiciona o preço dos combustíveis às taxas externas. Além disso, o petista argumentou que a Petrobras não pode continuar distribuindo dividendos a acionistas sem fazer investimentos no País.
De acordo com Lula, qualquer mudança ocorrerá “no momento certo”. Ele relembrou que já fez reunião com o Conselho Nacional de Política Energética, mas que não tratou deste tema. “Vou convocar outras reuniões [do conselho] para discutir a política de preços”, acrescentou.