Toda a diretoria da Petrobras (PETR3;PETR4) deverá ser substituída com a chegada de Caio Mário Paes de Andrade, o indicado ao posto de presidente da companhia, segundo o presidente Jair Bolsonaro (PL). Além disso, Bolsonaro afirmou que o futuro presidente da estatal poderá alterar a atual política de preços da companhia.
“Na segunda-feira, o presidente da Petrobras renunciou. Botaram um interino e o indicado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) não era ele, era outro cidadão. Era pra ser colocado ontem, passou para hoje, daqui a pouco passa para a semana que vem. Qual a ideia desse novo presidente da Petrobras? Obviamente, ele vai trocar seus diretores”, afirmou Bolsonaro em entrevista à Rádio Itatiaia nesta quarta-feira (22).
O presidente também afirmou que “esses novos vão dar uma nova dinâmica, estudar a questão do PPI. Se for o caso, o próprio conselho muda a PPI”. O PPI se refere ao Preço de Paridade de Importação, que estabelece que os preços dos combustíveis nas refinarias devem ter como referência os preços internacionais dos produtos.
Aumento de preços dos combustíveis é alvo de críticas de Bolsonaro
Na última sexta-feira (17), a Petrobras anunciou um reajuste de 5,18% no preço da gasolina e de 14,26% no diesel. O presidente, que já vinha criticando a política de preços da companhia, chamou o aumento de “traição” com o povo brasileiro. Ele disse ter conversado com Arthur Lira (PP), o presidente da Câmara dos Deputados, a respeito de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a política de preços da estatal.
Para Bolsonaro e os governistas, o comando da Petrobras estaria trabalhando para manter os altos lucros da estatal ao invés de manter os preços baixos e cumprir sua função social. A companhia registrou lucro de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre de 2022, liderando a lista de lucro entre as petroleiras do mundo.
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Vale lembrar que o lucro da Petrobras decorre do PPI, que garante que a estatal aumente a rentabilidade da empresa na venda de combustíveis no País e possibilita um mercado competitivo. Na semana passada, o Congresso aprovou um projeto que fixa um limite para a cobrança do ICMS (Índice sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis, gás natural, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.