O senador Jean Paul Prates (PT-RN) será o novo CEO da Petrobras (PETR3;PETR4) a partir de 2023. A informação foi confirmada na tarde desta sexta-feira (30) por Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidente eleito fez uma postagem nas redes sociais.
“Gostaria de anunciar a indicação do Jean Paul Prates para a presidência da Petrobrás. Advogado, economista e um especialista no setor de energia, para conduzir a empresa para um grande futuro”, disse o petista, que ainda postou uma foto ao lado de Prates celebrando a nomeação.
O nome do senador para o cargo já vinha sendo ventilado. Além de advogado e economista, Prates possui mestrado em Planejamento Energético e Gestão Ambiental (Universidade da Pensilvânia) e mestrado em Petróleo e Gás e em Economia de Petróleo e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo.
Prates atuou como Secretário de Estado de Energia do Rio Grande do Norte, onde fixou residência desde 2005, fez parte do conselho consultivo de grupos de energia no Brasil e presidiu o Sindicato das Empresas do Setor Energético do Rio Grande do Norte (SEERN).
Além disso, foi fundador do CERNE, o Centro de Estratégias em Energia e Recursos Naturais, um think-tank dedicado a ajudar o governo e as empresas a implementarem a inclusão social e estratégias multilaterais de investimento nos setores mecionados.
O mandato do atual presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, vai até abril de 2023 e ele poderá renunciar antes. Andrade aceitou um convite do governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para compor o governo paulista no próximo ano.
Com Prates na Petrobras, espera-se mudança na política de preços
Na avaliação do Bradesco BBI, com Prates na Petrobras, pode-se esperar uma mudança na política de preços de combustíveis, maiores investimentos em projetos de refino e transição energética (incluindo eólica offshore, produzida em alto mar, no futuro) e menores dividendos.
O banco ressaltou que Jean Paul Prates teve alguns cargos políticos importantes no passado e, portanto, a nomeação de seu nome para a empresa pode enfrentar vários obstáculos de governança, com base no estatuto da empresa e na Lei das Estatais.
“No entanto, com base em outros artigos publicados na mídia, já há embasamento legal que deve remover quaisquer barreiras que possam existir para ele”, apontou o banco.
Já o Itaú BBA avaliou que o currículo e a formação acadêmica de Prates são amplos o suficiente para atender a Lei da Estatais.
Em relatório, o BBA também relembrou que Prates tem questionado a atual política de preços e estratégia de alocação de capital da Petrobras. Ele defende a implantação de uma política diferenciada que minimize o impacto da volatilidade internacional nos preços dos combustíveis domésticos, ajustes no plano de investimentos e na política de dividendos da empresa.