O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve decidir o nome do novo presidente da Petrobras (PETR3;PETR4) até o início de dezembro, segundo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), integrante do grupo de transição da área de energia. À agência de notícias “Reuters”, Prates disse ter entregue um memorando a Lula e conversado com ele sobre a importância de a indicação do novo CEO da petrolífera ser feita até o início de dezembro.
“Ele (Lula) está ciente, lá do Egito ele marcou de conversar comigo. Era para ter sido ontem, mas ele adiou por causa da cirurgia, então deve ser amanhã (quarta-feira)”, disse o senador. “Tem até início de dezembro para fazer da forma regular. Acredito que ele vá tomar uma decisão até lá. Se não, tem outras formas, alternativas, de fazer a mudança”, completou.
Segundo a “Reuters”, o próprio Prates vem sendo visto como um dos possíveis indicados para o posto de CEO da empresa e disse que terá um encontro com Lula para discutir o tema.
Prates também afirmou que haverá uma reunião com representantes da petroleira, que provavelmente contará com o presidente da companhia, Caio Paes de Andrade. Assim, equipe de transição do novo governo pedirá que a atual gestão da petroleira suspenda processos estratégicos em curso.
“Nós vamos ter uma reunião específica sobre Petrobras, provavelmente com o presidente e a estrutura atual, a fim de assegurar a mesma coisa: suspender todos os processos que sejam mais estruturais, estratégicos em relação a empresa nesse momento. Aqueles que estiverem começando recentemente. Para que gente possa tomar decisões com mais calma”, disse Prates a jornalistas.
Petrobras não deve mudar preços dos combustíveis, diz Prates
Ainda, Jean Paul Prates disse, nesta terça-feira (22), que a Petrobras não deve dar as diretrizes de preços dos combustíveis, mas sim o governo federal.
“Não é a Petrobras quem faz, no nosso entender e no entender do próprio presidente Lula, que baixa [define] a política de preços no Brasil. Eu sempre saliento isso: quem faz a política de preços, as diretrizes da política de preços, tanto dos combustíveis quanto das tarifas de eletricidade, por uma questão de política setorial, é o governo”, afirmou Prates ao deixar a sede do Ministério de Minas e Energia após reunião com o ministro Adolfo Sachsida.
O senador lidera o subgrupo do governo de transição que trata de temas relacionados a petróleo e derivados. Segundo o petista, a petroleira não deve dar a palavra final sobre a política de preço, que atualmente aplica a paridade de preços internacionais.
Por volta das 16h20 (horário de Brasília) desta terça-feira (22), os papéis da Petrobras (PETR3;PETR4) operavam em baixa de 2,81% e 3,32%.