Apesar do lucro recorde de R$ 188 bilhões em 2022, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, criticou a atual política de preços da estatal. Em teleconferência com analistas do mercado financeiro por ocasião nesta quinta-feira (2), o ex-senador disse que a empresa estava operando com uma capacidade de refino muito baixa o que, segundo ele, seria um indicativo de interferência do governo.
“Tivemos uma política de preços interna que não é da Petrobras e sim do governo, em que foi instituído o preço de paridade de importação (PPI), que é o preço do nosso concorrente e não necessariamente é o nosso preço”, disse Prates.
Na ocasião, o CEO também disse ter dúvidas se a petrolífera precisa ter regras rígidas de distribuição de dividendos. Na noite de quarta (1º) a estatal informou que pagará dividendos bilionários para os seus acionistas.
“Todos nós aqui estamos diante de um trade off. As empresas e suas gestões propõe uma relação de trade off. Você deixa o dinheiro aqui e vou te mostrar bons projetos e o investidor decide. E essa relação vai mudando. Eu tenho dúvidas se é preciso ter regras rígidas de distribuição de dividendos. Conjunturas mudam, assim como os projetos. Mas há, claro, mínimos legais. Dentro da empresa essa relação tem que ser cada vez mais fluída. E eu disse aos investidores, antes de assumir, é que teríamos que ter muito diálogo”, argumentou.
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Prates garantiu que a empresa vai continuar com uma “robustez” nos dividendos. “A gente vai ter, sim, uma robustez de dividendos, porque a gente pretende ter lucros a altura do que foi auferido agora, embora eu imagino que sejam circunstâncias diferentes. O desafio é maior” disse.
Bolsa opera em queda
Até por volta das 17h50 de hoje, a Ibovespa operava em queda de 0,45% aos 103,9 mil pontos, pressionado por perdas de Petrobras e de Vale (VALE3). O desempenho é atribuído as falas de Paul Prates sobre mudança no PPI e alteração na distribuição de dividendos da empresa.
