O Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) puniu o empresário Nelson Tanure com três multas no valor de R$ 500 mil em julgamento. As informações são do jornal “Valor Econômico”.
A maioria do colegiado entendeu que Tanure deixou de comunicar ao diretor de relações com investidores da PRIO (ex-PetroRio) sua condição de controlador acionário da empresa, para fins de divulgação de fato relevante.
O empresário também foi multado por não apresentar todas as informações sobre sua posição na PetroRio e por suposta tentativa de embaraço à fiscalização – por ter fornecido dados incompletos ao ser questionado pela CVM.
Tanure foi absolvido da acusação de abuso do poder de controle. Ele havia sido acusado de ter utilizado o caixa da PetroRio para adquirir ações da Oi.
Por meio de nota, os advogados de Tanure afirmaram que o executivo respeita a decisão da CVM, mas recorrerá ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) por estar convicto de sua “absoluta inocência”.
Além de Nelson Tanure, o diretor de relações com investidores da PetroRio na época, Blener Mayhew, recebeu duas multas de R$ 300 mil cada. A CVM entendeu que Mayhew divulgou informações incompletas no formulário de referência da empresa e classificou como independentes conselheiros que eram ligados à Tanure.
Gafisa (GFSA3) rejeita proposta de suspender direitos de Tanure
Os acionistas da Gafisa (GFSA3) rejeitaram a proposta de suspender os direitos políticos do empresário Nelson Tanure e outros investidores supostamente ligados a ele na incorporadora, segundo informações do “Seu Dinheiro”.
A decisão dos acionistas da Gafisa marca mais um round na briga entre o empresário e a Esh Capital, de Vladimir Timerman.
A gestora entende que o empresário deveria lançar uma OPA (oferta pública de aquisição) pelas ações da Gafisa na B3, após alcançar uma participação direta e indireta acima de 30% na companhia.
De acordo com a Esh Capital, o empresário possui uma participação de mais de 40% na incorporadora, que estaria oculta em veículos sob gestão da Planner Corretora, Trustee DTVM e do Banco Master.
A chamada cláusula de “poison pill” (pílula de veneno) faz parte do estatuto da Gafisa e prevê a realização da uma oferta quando um acionista ultrapassa os 30% do capital.
O estatuto também prevê que o acionista pode ter a suspensão dos direitos na companhia caso não faça a OPA. Por isso a Esh convocou a assembleia, que aconteceu na última sexta-feira (10).