Privatização da Eletrobras só deve ocorrer em 2023

Ministros do TCU estão receosos com a desestatização da companhia durante o período eleitoral

A privatização da Eletrobras não deve ocorrer em 2022, mesmo com a pressão do governo federal. Alguns ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) temem que a desestatização em ano eleitoral não seja o melhor momento para vender uma empresa do porte da companhia, segundo fontes do Bloomberg.

O TCU, que é o órgão responsável pela liberação da operação, considera que o governo subestimou em pelo menos R$ 10 bilhões a receita que espera obter de outorga, o que reforça o entendimento interno na Corte de que o assunto tem que ser tratado com mais cuidado, de acordo com fontes do Bloomberg.

A Eletrobras chegou a receber 14 propostas de bancos, em uma distribuição de ações que poderia levantar R$ 103 bilhões. A estatal  anunciou nesta sexta-feira (29), que já pré-definiu cinco instituições financeiras para coordenarem a oferta dos papéis.

O Ministério da Economia espera arrecadar R$ 60 bilhões com a venda de ações ordinárias da Eletrobras (ELET3), sendo que R$ 25 bilhões iriam direto para o Tesouro. O governo espera diminuir sua participação na empresa para 45%, mas mantendo a chamada “golden share” que o permite vetar determinadas ações da companhia.

O governo esperava a conclusão da privatização da Eletrobras para até março de 2022.