Com a guerra entre Rússia e Ucrânia, o nome Vladimir Putin tem ganhado bastante destaque na media do mundo todo. Mas poucos sabem sobre a trajetória do atual “herdeiro” de Stalin, o ditador que liderou a União Soviética, e como ele foi de um taxista para dono de um império que atingiria cerca de $200 bilhões. As informações são do BlockTrends.
Vladimir Vladimirovich Putin nasceu em outubro de 1952, cerca de 5 meses antes da morte de Joseph Stalin. Na ocasião, a Rússia ascendia como a potência capaz de rivalizar com os Estados Unidos.
Segundo o BlockTrends, economistas da época alegavam que não demoraria muito para que a União Soviética ultrapasse a economia norte-americana. No entanto, a previsão durou ano após anos, sempre adicionando um prazo um pouco maior, até o colapso da URSS.
Enquanto isso, Putin se graduava em direito e em 1973 entrou para a KGB, sigla para “Comitê de Segurança do Estado”, popularmente conhecido como o serviço de inteligência russo.
Em 1985, foi para Dresden. Em agosto de 1991, em meio a uma tentativa de golpe de estado para derrubar Gorbachev e endurecer o regime, que em apoio ao seu principal aliado na época, Anatoli Sobchak, Putin renúncia ao cargo de tenente-coronel da KGB.
Foi quando também, como lembra o próprio Putin, aconteceu o fim da União Soviética, o grande marco da sua vida.
Sobchak não era a favor da posição da KGB, que buscava manter o regime comunista, da mesma forma, Putin também se opôs, ficando ao lado de Gorbachev.
Após a derrota de Sobchak, na tentativa de se reeleger, Vladimir Putin foi para Moscou.
E aí que a realidade, da que normalmente é contata, muda. Na história retratada pelos russos, Putin foi a Moscou como um caminho direto para um cargo de assessoria na presidência da república, em uma trajetória virtuosa de um ex-agente da KGB que ocuparia cargos relevantes até em 1999 se tornar presidente interino e então presidente.
No entanto, recentemente, Putin declarou que “apesar de ser difícil falar sobre, após o colapso tive de encarar algumas tarefas extras para fazer dinheiro, como dirigir um táxi”.
O colapso soviético no início dos nos 90, o tornaria um dos agentes do Estado russo que não teria salário.
Foi neste cenário, que permaneceu por anos, que Putin encontrou alguns dos maiores aliados: os novos oligarcas russos. Não apenas compartilhavam o poder via subornos e corrupção, mas eram parte do próprio poder.
Com dezenas de milhares de empresas estatais, a Rússia se abria ao mundo agora sob o comando de Boris Yeltsin, um nome aclamado pelos próprios russos em meio ao fim do regime. Yeltsin permaneceu ao poder por 2 mandatos, até 1999.
No período, os novos milionários que haviam surgido na Perestroika se tornariam bilionários, criando bancos, empresas de comunicação, mídia e diversos outros setores.
Com as maiores reservas minerais do planeta, a Rússia possuía na segunda metade dos anos 90, um Estado falido, uma corrupção crescente e crise social em alta.
A situação refletiu na criação dos “empréstimos por ações”, quando os oligarcas russos entregaram todo seu dinheiro acumulado até então, pelas maiores estatais russas, em áreas como petróleo, mineração e siderurgia.
Este arranjo final entre Yeltsin e os oligarcas garantiria sobrevida ao seu governo, e principalmente, poder para indicar um sucessor.
Enquanto isso, Putin já tinha entrado para a administração federal, primeiro como assessor e em 1998 assumindo o comando da FSB, a agência que substituiu a KGB.
Estreitando relações com alguns oligarcas, como Roman Abramovich e Boris Berezovsky.
Ambos realizaram ainda uma ponte com a filha e o cunhado de Yeltsin, se unindo em torno do nome de Putin para assumir a presidência interina. Em um cenário em que Boris Yeltsin estava sem apoio popular.
De início, Putin assumiria o cargo de primeiro-ministro, onde liderou uma resposta aos separatistas da região da Chechênia.
Putin então assumiu a disputa presidencial com apoio de parte dos oligarcas. Nos anos seguintes, já eleito presidente, Vladimir quis reverter a situação de dependência dos oligarcas.
Em 2003, o governo da Rússia começou a julgar o bilionário Mikhail Khodorkovsky, na época dono da Yukos, por fraude, roubo, sonegação fiscal e outros 6 crimes.
Khodorkovsky seria condenado, o que foi suficiente para que a força de Putin fosse estabelecida.
Após a prisão de Mikhail, os oligarcas começaram a ver Putin como alguém que precisava ser “agradado”. Iates, mansões, aviões e carros de luxo compõem parte substancial da fortuna de Putin.
Segundo Bill Browder, fundador da Hermitage Capital Management, o total da fortuna atingiria cerca de $200 bilhões, fazendo de Putin o segundo homem mais rico do mundo.
Para Browder, a tática realizada depois da prisão de Mikhail, o então homem mais rico da Rússia, consistia em uma pergunta simples e generosa: “você me garante 50% das suas propriedades e pode continuar com os demais 50%, ou eu posso tomar 100%”.
E foi nessas circunstâncias, que em 17 anos de poder, Putin acumulou essa fortuna.
As especulações, incluem o fato de Putin “ser” o Estado russo, uma questão da qual há poucas dúvidas, ao menos até o momento.