Qual a melhor ação para 2022? Os analistas respondem  

A aposta do momento continua sendo o minério de ferro

O fim de 2021 vem trazendo um gosto amargo para os investidores brasileiros. Até o dia 20 de dezembro, apenas 23 ativos de 93 ações que compõem o Ibovespa (IBOV) acumulavam ganhos no ano. 

O próprio IBOV segue para um fim de ano no vermelho, tendo queda de 11%. Se compararmos com pico histórico, ocorrido em junho, o tombo é de 18%.  

Para 2022, os analistas estimam um ano difícil, que vai demandar de cautela e proteção contra a volatilidade que tomará conta do cenário brasileiro. Grandes bancos, como Itaú, já projetam recessão diante da escalada da taxa de juros, que pode ultrapassar os 11%. 

Tentando achar uma luz nesse cenário de incertezas, 19 casas de análises participaram de uma pesquisa para descobrir as preferências para 2022. Basicamente, eles sugerem empresas com boas teses, que entreguem resultados e que tenham receitas vinculadas ao exterior, como as exportadoras e as commodities. Outro setor lembrado foram os grandes, que negociam a preços atraentes e costumam ser mais resilientes à crises.  

De acordo com o estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, é um ano que será desafiador. “Idealmente, se você quer ter uma ação de olhos fechados, ela não pode depender muito do Brasil porque o ambiente vai ser bem volátil. Não parece que vai ser como 2018, quando a gente tinha o presidente Jair Bolsonaro fazendo um discurso liberal. Isso vai tumultuar um pouco os mercados e promete penalizar as estatais e as empresas que são dependentes do ambiente de negócios brasileiro”, argumentou.  

Dentre as casas de analises dessa pesquisa estavam a Ativa, Terra, Mirae Asset, Top Gain, Toro Investimentos, Levante, Veedha Investimentos, Zahl Investimentos, Valor Investimentos e Warren.  

Ao fim do balanço, a ação mais indicada, com quatro recomendações, foi a da Vale (VALE3). Para Pedro Galdi, da Mirae Asset, a empresa exibe baixo endividamento e manterá sua política de dividendos elevada. 

“Aguardamos que o preço do minério de ferro se mantenha no patamar de US$ 100 por tonelada, o que vai favorecer a continuidade da política de boa distribuição aos acionistas”, completa. 

De acordo com um dos analistas da RB, a questão dos preços do minério de ferro deverá ser normalizada depois dos Jogos Olímpicos de Inverno, que ocorrerão na China. Além disso, a empresa também consegue se descolar mais do cenário interno por ser uma exportadora.  

“Ela vai ampliar seus investimentos. Sempre foi uma empresa extremamente bem gerida. Há ainda planos de infraestrutura sendo aprovados nos EUA e na Europa”, observa.  

No entanto, o analista chefe da Planner Corretora, Mario Mariante, lembra que a companhia possui o custo de exploração mais baixo do mundo, uma condição bastante confortável. “Com o recuo das ações e a expectativa de sustentação de bons resultados no ano que vem e também a distribuição de bons dividendos, reiteramos nossa recomendação de compra para a ação”, justifica.  

O analista da Ohmresearch, Gilberto Cardoso, diz que já existe uma preocupação dentro do governo chinês sobre o esfriamento da economia e algum tipo estímulo é esperado após discussões com provinciais vereadores, o que pode favorecer a Vale.

 

 

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