A Raízen (RAIZ4) reportou lucro líquido ajustado de R$ 256 milhões no terceiro trimestre de seu ano-safra 2022-2023, segundo resultado divulgado na terça-feira (14), após o fechamento do mercado.
O período divulgado pela Raízen corresponde aos meses de outubro a dezembro de 2022. O lucro apresentou queda de 79% em relação ao lucro de R$ 1,22 bilhão obtido no mesmo intervalo do ano retrasado.
Já o Ebitda ajustado encolheu 11,8% no período, passando de R$ 3,36 bilhões para R$ 2,96 bilhões. A receita líquida de R$ 66,36 bilhões representou um crescimento de 9% na mesma comparação, enquanto o lucro bruto caiu 16%, para R$ 3,48 bilhões.
De acordo com a empresa, as receitas cresceram como resultado dos maiores volumes comercializados, dos avanços na cadeia de valor do açúcar e etanol vendido com prêmio sobre os preços locais.
O indicador de dívida líquida sobre Ebitda ajustado foi de 2,5 vezes, refletindo o maior saldo de dívida líquida, em linha com a sazonalidade da safra e ciclo de investimentos em projetos.
Raízen (RAIZ4): Hédera vende ações e deixa de ser acionista
A Raízen (RAIZ4) comunicou que recebeu na terça-feira (7) uma correspondência da Hédera Investimentos e Participações confirmando a alienação de toda a sua participação na companhia. A empresa vendeu todas as 330.602.900 ações preferenciais que detinha, representativas de 24,3% do total de ações preferenciais de emissão da companhia.
A Hédera, do Grupo Louis Dreyfus, ex-controlador da Biosev, ressaltou no documento que a participação anteriormente detida na companhia correspondia a um investimento minoritário, estritamente para fins de investimento, e não altera a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia.
Além disso, também destacou que não detém outros valores mobiliários ou instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações de emissão da Raízen. Com isso, a Hédera se retira totalmente do quadro acionário da Raízen.
Movimento da Hédera já era esperado
O movimento já era esperado pelo mercado após o anúncio de um grande block trade (venda de ações em bloco) envolvendo a Raízen, quando as ações da empresa chegaram a cair quase 5% na ocasião.
A Hédera passou a deter 24,3% das ações em circulação da Raízen após a companhia comprar a Biosev. O negócio envolveu a troca de ações e o pagamento à vista de R$ 3,6 bilhões para refinanciamento da dívida.
A XP Investimentos chegou a avaliar que a venda total das ações detidas pela Hédera traz uma visão negativa para a companhia. Segundo a corretora, é preciso esclarecer se a alienação se deve a preocupações macro, como incertezas quanto à política de preços da Petrobras (PETR4), ou a motivos específicos da Raízen.