A presidente do Rappi no Brasil, Tijana Jankovic, foi ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acusar o iFood de descumprir acordo proposto pelo regulador antitruste de não firmar mais contratos de exclusividade com restaurantes. Segundo apuração do Brazil Journal, a executiva acusou o iFood de renovar contratos que deveriam ter sido finalizados e continuar ameaçando restaurantes que optam por estar em mais de uma plataforma.
“Há a exclusão de campanhas de marketing, menor visibilidade na plataforma e uma falta de bom serviço operacional. A escolha teórica que um restaurante tem de ser exclusivo ou não na prática não existe”, disse Jankovic ao Brazil Journal.
Dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) apontam que o iFood é o detentor de 80% do mercado de delivery no Brasil. Entre os restaurantes exclusivos do aplicativo estão grandes empresas como McDonald’s e Habib’s.
Para Jankovic, a representação que o Rappi está capitaneando no Cade tem outras partes interessadas, como a Abrasel e a Uber Eats, que recentemente desistiu do mercado. Segundo a executiva, se as coisas mudarem, a Uber Eats volta a operar no Brasil.
Ainda, para ela, os restaurantes têm receio de se posicionar por conta da importância que o delivery – e consequentemente o iFood – tem em suas receitas.
O Brazil Journal conversou com alguns donos de restaurantes e representantes do setor que se mostraram insatisfeitos com as taxas e a falta de transparência do iFood na classificação dos restaurantes na plataforma. Mesmo assim, o iFood tem sido um bom parceiro.
Segundo Jankovic, caso nada mude, os maiores prejudicados serão os próprios estabelecimentos. “Não é uma briga de nós contra o iFood, mas do mercado contra eles,” disse ela, que acredita que uma decisão deverá ser anunciada em breve.