Record promove demissão em massa após prejuízo de meio bilhão

Os principais executivos da emissora foram avisados na semana passada de que terão de fazer cortes em suas equipes

A Record TV deve promover uma onda de demissões em breve. De acordo com o site Notícias da TV, os principais executivos da emissora foram avisados na semana passada de que terão de fazer cortes em suas equipes, com forte impacto nos orçamentos. Todas as áreas serão afetadas, inclusive afiliadas, mas principalmente o Jornalismo, onde estão os maiores salários.

De acordo com a publicação, o motivo do desligamento em massa é devido principalmente ao prejuízo de R$ 517 milhões registrado pela empresa em 2022, um recorde histórico. 

A Record fez cortes pontuais ao longo do primeiro semestre, como o do apresentador Geraldo Luís, que tinha contrato até setembro. Nas últimas semanas, ocorreram várias demissões na área de Jornalismo no Rio de Janeiro.Dos novos desligamentos, somente a área de Teledramaturgia será poupada, porque já foi totalmente terceirizada e está sob o controle da Igreja Universal do Reino de Deus.

Origem do prejuízo

A Record registrou um prejuízo de mais de meio bilhão de reais em 2022, depois de três anos de lucros consecutivos (2019, 2020 e 2021). 

A maior parte do prejuízo da Record, no entanto, não foi causado por ela, mas pelo banco Digimais (ex-Renner), que passou a ser controlado pelo bispo Edir Macedo, dono da Record, em 2020.

No ano passado, o Digimais teve um prejuízo de R$ 323 milhões. Como a Record é controladora do banco, absorve esse resultado em seu balanço. Sem o desempenho negativo do Digimais e de outras empresas controladas pela Record, o prejuízo seria de apenas R$ 188 milhões. 

O balanço da Record mostra que a emissora aumentou suas receitas com publicidade em apenas R$ 6 milhões em 2022 (de R$ 2,008 bilhões para R$ 2,014 bilhões). Mas os custos com operações, produções, vendas e administração, mais a equivalência financeira (ou seja, os prejuízos do Digimais e outras empresas controladas), subiram 39%, de R$ 1,842 bilhão para R$ 2,568 bilhões.