A rede de supermercados Dia, que trabalha em sua recuperação judicial desde março, está enfrentando diversas mudanças. Uma dessas alterações foi a saída de Sébastien Durchon do cargo de CEO, cinco meses após sua chegada.
O CEO foi avisado da dispensa pelos sócios da MAM Asset, gestora vinculada ao Banco Master, em uma curta reunião na sexta-feira (12), apurou o “Valor”. O diretor financeiro da rede Dia, Fabio Farina, foi definido como substituto interino, pois a empresa ainda não havia iniciado a busca por um nome ao cargo.
Ao mesmo tempo, a companhia varejista lida com um questionamento na Justiça de sua administradora judicial, a Expetisemais Serviços Contábeis, para informar os nomes de seus sócios controladores diretos e indiretos.
“Dever lealdade e transparência” aos credores, esta foi a razão usada como justificativa ao pedido, disse o juiz do caso, como consta nos autos, segundo o veículo de notícias.
A rede Dia tem uma dívida concursal de quase R$ 1,1 bilhão, cuja lista de credores inclui a JBS (JBSS3), a Coca-Cola, a Ambev e a Nestlé.
A empresa enviou ao juiz Jomar Juarez Amorim, da 1ª Vara de Falência e Recuperações Judiciais de São Paulo, uma cópia do contrato de compra e venda do Dia, entre outros documentos, com a informação da aquisição pelo fundo Lyra II FIP Multiestratégia, como resposta ao pedido, afirmaram fontes.
A MAM Asset disse estar impossibilitada de abrir os dados, pois as informações são protegidas por sigilo bancário.
Porém, o magistrado e a administradora judicial, Eliza Fazan, não encaram bem a resposta, segundo o “Valor”. Sendo assim, um novo pedido de esclarecimento deve ser enviado à Dia, disse uma fonte.
Informações arquivadas na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) revelaram que o fundo Lyra II FIP tem apenas um cotista.
Venda da Rede Dia: sócios foram pressionados por conclusão de negócio
A transação de venda da Dia teve questões ainda sem resposta, com um acordo firmado pela necessidade dos controladores da rede se desfazerem rapidamente da empresa, segundo o veículo de notícias.
A conclusão da venda ocorreu no final de maio, por um valor simbólico de €$ 100, após os sócios majoritários decidirem tirar o peso das dívidas do ativo do Brasil no levantamento. Os sócios integram a LetterOne – empresa russa de investimentos.
Os executivos estavam sendo pressionados pelos acionistas europeus, depois de meses sem encontrar um comprador, quando fecharam o acordo com a gestora do Banco Master, que estruturou o fundo.
A demissão de Durchon já estaria sendo cogitada há semanas, sem ligação com a pressão da Justiça sobre o controle da companhia, diz o “Valor’.