A Ricardo Eletro teve falência decretada na última quarta-feira (8) pela Justiça de São Paulo. A decisão veio dois anos após a rede varejista entrar com um pedido de recuperação judicial. De acordo com o portal “Valor Econômico”, a decisão de transformar a recuperação judicial em falência envolve diferentes empresas ligadas à controladora da Ricardo Eletro, a Máquina de Vendas.
A companhia, fundada em 1989 pelo empresário Ricardo Nunes, entrou com um recurso junto à 2ª Câmara de Direito Empresarial de São Paulo para tentar reverter a situação. O endividamento da empresa, que inclui passivos em recuperação, era de aproximadamente R$ 4,6 bilhões ao final de 2021.
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O juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, Leonardo Fernandes dos Santos, decretou a falência da empresa devido ao “esvaziamento patrimonial” da companhia, levando à inviabilidade financeira do negócio.
De acordo com o “Valor Econômico”, a Ricardo Eletro se surpreendeu com a decisão e afirmou que o esvaziamento refere-se “a ajuste contábil feito pela baixa de estoque operacional decorrente do fechamento de lojas, e como é esperado, houve ajuste para saldo de estoque”. A empresa também negou que o esvaziamento seja decorrente de “fraude ou desvio de valores”.
No recurso encaminhado nesta quinta-feira (9), a empresa afirma que, no momento do fechamento das lojas, “boa parte do estoque foi vendido em ‘queima’ para geração de caixa e liquidez imediata”. A Ricardo Eletro fechou todas as cerca de 300 lojas que possuía no segundo semestre de 2020 e estava operando somente através do site.
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Segundo documentação arquivada no processo, não foram registrados pedidos de falência por parte dos credores. O recurso destaca que a decisão gera maior insegurança para a marca e que a companhia está buscando a retomada das atividades com plano de recuperação judicial e reestruturação das dívidas.
O plano de recuperação judicial foi aprovado no dia 16 de setembro de 2021. No entanto, a homologação está suspensa pela Justiça em razão de liminares concedidas pelo juiz responsável pelo caso.
Ricardo Eletro: de segunda maior rede de eletrônicos do Brasil à falência
A Ricardo Eletro chegou a ocupar o cargo de segunda maior cadeia de eletrônicos do País em número de lojas, mas o grupo Máquina de Vendas, do qual faz parte, passou a apresentar prejuízos em 2014. O quadro piorou com as crises econômicas de 2016 e 2020. O “Valor” estima que entre 2015 e 2017, a receita da rede caiu cerca de 40%.
Em 2018, as dívidas do grupo chegaram a R$ 2,5 bilhões, e a Ricardo Eletro passou por um processo de encolhimento dos negócios e entrou com um pedido de recuperação judicial em 2020.