A história da Máquina de Vendas, dona da Ricardo Eletro, parece estar longe de um fim. Nesta segunda-feira (11), a Justiça reverteu, mais uma vez, a decretação de falência da companhia. A revogação foi publicada por Beretta da Silveira, presidente do Direito Privado do TJ-SP.
A dona da Ricardo Eletro havia recebido a decisão judicial, na última terça (5), informando sobre a segunda decretação de falência em um período de 26 dias.
A empresa tem dívida de R$ 4 bilhões, sendo que R$ 2 bilhões são do Santander e do Bradesco. O argumento da empresa é de que a maioria dos credores aprovaram o plano de recuperação judicial.
CEO da Máquina de Vendas, Pedro Bianchi afirma que foram os interesses individuais de três bancos que levaram às falências. A Ricardo Eletro busca se reestruturar com a venda de produtos no comércio eletrônico, e cerca de 40 pessoas compõem o atual quadro de colaboradores.
Entre decretos de falência e revogação
No dia 8 de junho, a Ricardo Eletro teve falência decretada pela primeira vez pela Justiça de São Paulo. O juiz da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, Leonardo Fernandes dos Santos, decretou a falência da empresa devido ao “esvaziamento patrimonial” da companhia, levando à inviabilidade financeira do negócio.
A companhia, fundada em 1989 pelo empresário Ricardo Nunes, entrou com um recurso junto à 2ª Câmara de Direito Empresarial de São Paulo para tentar reverter a situação.
Poucos dias depois, a Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça estadual de São Paulo suspendeu a ordem de falência da Máquina de Vendas, controladora da Ricardo Eletro. O relator, o desembargador Maurício Pessoa, acolheu recurso apresentado pela empresa.
No último dia 5, a empresa teve a falência decretada novamente pela Justiça de São Paulo, agora em segunda instância.
A Ricardo Eletro chegou a ocupar o cargo de segunda maior cadeia de eletrônicos do País em número de lojas, mas o grupo Máquina de Vendas, do qual faz parte, passou a apresentar prejuízos em 2014. O quadro piorou com as crises econômicas de 2016 e 2020.
Em 2018, as dívidas do grupo chegaram a R$ 2,5 bilhões, e a Ricardo Eletro passou por um processo de encolhimento dos negócios e entrou com um pedido de recuperação judicial em 2020.