Risco de crédito do Credit Suisse dispara para níveis menores que 2009

Diretor executivo do banco afirmou, ainda, que o Credit Suisse tem “forte base de capital e boa posição de liquidez”

Enquanto as eleições tomavam conta do final de semana no Brasil, o mercado especulava sobre uma crise de confiança em torno do Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça e um dos maiores do mundo. O risco de crédito, ou Credit Default Swap (CDS), do banco está sendo negociado nos menores níveis desde 2008.

O preço do contrato de cinco anos, que estava em 57 pontos-base/ano no início de 2022, atingiu 350 pontos-base/ano nesta segunda-feira (03), o equivalente a 17,50% ao longo de cinco anos.

Com isso, o nome do banco chegou a ficar, durante a manhã do último domingo (02), nos trending topics do Twitter. 

Na última sexta-feira (30), o novo diretor executivo do banco, Ulrich Körner, afirmou em um memorando interno que o Credit Suisse tem “forte base de capital e boa posição de liquidez”. Mesmo assim, Körner apontou que a instituição vive um “momento crítico”.

O mercado de CDS, que funciona como um termômetro do sentimento dos investidores em relação ao risco, indica que o mercado vê a probabilidade de inadimplência nos próximos cinco anos é de 21,1%.

“Sei que não é fácil manter o foco em meio às muitas histórias que aparecem na mídia – em particular, dadas as muitas declarações imprecisas que estão sendo feitas”, disse. “Dito isso, peço que vocês não confundam o desempenho diário do preço das ações com a forte base de capital e posição de liquidez do banco”, apontou em memorando.

O preço das ações do banco perdeu mais de 25% do valor em setembro, para uma cotação abaixo dos 4 francos suíços (menos de US$ 4).

Um alto executivo de uma empresa que foi abordada pelo Credit Suisse disse que se trata do “pior grande banco da Europa”, mas que a instituição não corre risco imediato, como apurou o Financial Times.

O Credit Suisse vem se envolvendo em “escândalos” nos últimos tempos, envolvendo a falência da empresa britânica Greensill (levando junto US$ 10 bilhões de clientes do Credit Suisse) e o family office Archegos Capital, de Bill Hwang, investidor sul-coreano baseado em Nova York.

Na última segunda (26), o Credit Suisse informou que deve anunciar uma reestruturação até o dia 27 de outubro.

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