Internet via satélite

Rival chinesa da Starlink, de Musk, fecha acordo para entrar no Brasil

A SpaceSail deve começar a fornecer internet no Brasil dentro de dois anos e abrirá uma subsidiária no país até o fim de 2024

Starlink
Foto: reprodução/Instagram/Starlink

A SpaceSail, empresa chinesa focada no negócio de internet via satélite e rival da Starlink, de Elon Musk, planeja iniciar operações no Brasil em 2026, disse o presidente da empresa com sede em Xangai à Bloomberg News.

Jason Jie Zheng, da SpaceSail, assinou um memorando de entendimento (MOU) com o Ministério de Comunicações do Brasil para estudar a demanda por internet via satélite em áreas onde a infraestrutura de fibra óptica não funciona.

Em uma breve entrevista após o evento na noite de terça-feira (19), Jie Zheng disse que a SpaceSail começará a fornecer internet no Brasil dentro de dois anos e abrirá uma subsidiária no país até o final deste ano.

“Nosso memorando de entendimento com a Telebras não é apenas uma parceria, mas também um compromisso compartilhado para capacitar regiões carentes do Brasil”, disse ele em discurso. “Ao combinar a experiência da Telebras com a solução de ponta da SpaceSail, pretendemos apoiar a iniciativa nacional do Brasil com nossos serviços de banda larga e soluções industriais digitais e impulsionar o acesso a serviços essenciais como educação, saúde pública e governo.”

O MOU foi alcançado durante a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil. Ele participou da cúpula do G20 no Rio de Janeiro e, nesta quarta-feira (20), se encontrará com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A expectativa é de que sejam assinados uma série de acordos comerciais entre Brasil e China.

A Starlink, empresa de Elon Musk, é líder no mercado de internet via satélite no Brasil, com 47,1% dos assinantes. A Starlink tem uma presença mais forte na Região Norte, com 71,2 mil acessos. As três cidades com mais contratos são Boa Vista, Manaus e Rio de Janeiro.

Brasil e China preparam acordos em diversas áreas para visita de Xi Jinping

Uma série de acordos bilaterais e memorandos de entendimento devem ser anunciados pelo Brasil e pela China nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, finanças e ciência e tecnologia na próxima semana.

Durante a visita do presidente Xi Jinping, ao Brasil no dia 20 de novembro, serão anunciados os acordos. O chefe de Estado chinês será recebido pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.

“Há sinergias entre as políticas de desenvolvimento e programas de investimentos de Brasil e China com foco em finanças, infraestrutura, desenvolvimentos de cadeias produtivas, transformação ecológica e tecnologia que poderiam beneficiar os programas Novo PAC, Nova Indústria Brasil, plano de transição ecológica e rotas de integração sul-americana”, disse Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Ministério de Relações Exteriores.

No entanto, durante conversa com a imprensa, ele não detalhou sobre a aderência ou não do Brasil à iniciativa chinesa conhecida como “Nova Rota da Seda”.

Quanto à declaração conjunta entre o Brasil e a China, aprovada no ano passado, Saboia afirmou se tratar de “aprofundar sinergias” e que não daria “spoilers” em torno do tema.

“O foco é sinergia, é somar, é energizar para criar resultados que beneficiem os nossos países”, disse o secretário, de acordo com a “CNN Brasil”.

Alguns protocolos para a exportação de mais produtos agrícolas brasileiros à China estão sendo negociados para a visita de Xi Jinping. Além disso, os investimentos também são uma linha a ser tratada.

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